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sexta-feira, 16 de agosto de 2013

A vida por aqui

Quase um mês se passou do dia do nascimento do Theo. Estou em namoro com a nova vida, curtindo cada minuto com o nosso pequenino, brincando bastante com o Nino, e feliz de agora ter os meus dois meninos. Mas como todo namoro, tem as horas difíceis. Com o frio de Curitiba tenho ficado muito tempo em casa, tenho dó de sair com o pequeno, e como os meninos nasceram no mesmo mês aconteceu exatamente igual quando o Nino nasceu. Esse ficar em casa é uma delícia, porém as vezes cansa e me sinto um pouco fora do mundo, fora das conversas, em um mundo à parte. Tem dias que é pijama o dia todo.
 Achei que ficaria um mês sem trabalhar também, nada, desde que voltei da maternidade tenho trabalhado constantemente, as minhas funções no estúdio que havia passado para o Edu nunca foram feitas por ele, e não posso nem culpá-lo, ele tem se esforçado para conseguir fazer as dele, resultado eu tenho que me virar nos 30.
O Theo tem vivido a base de colo, amor e leitinho, tinha esquecido como eles são gostosos nessa fase, amo olhar pra ele, amo quando ele fica hipnotizado comigo. Aqui se o Theo estiver no sling ou no colo ele dorme por horas durante o dia ( e o barulho pode ser ensurdecedor) na caminha ele chora com o mínimo click de barullho e vivemos assim , colados, nesse momento mesmo, para conseguir escrever, está ele aqui nos meus braços. Também sinto uma profunda ligação nos sentimentos minha com o pequeno, impressionante como o Theo fica nervoso se eu estiver assim e como muda se eu me acalmo.
Também passei pela culpa de não ser mais só do Nino. Senti saudades dele, chorei, me culpei por cada já vou que falei pra ele,  foi na segunda semana de vida do Theo, doía o peito de culpa, se antes eu falava espera um pouco de forma tranqüila e natural algumas vezes, com a culpa cada vez que falava parecia estar fazendo algo errado. Depois fui percebendo que eu sofria mais que ele e que estava me cobrando demais e foi mais fácil, e quando vejo o Nino apaixonado pelo irmão vejo que pra ele essa divisão de tempo não está assim tão difícil. 
O Nino esta feliz, vem toda hora cantar nana neném, pedir pra segurar o Theo, fazer biquinho pro irmão e solta várias:
- AHH boneco ( com voz fina como eu faço).
- Olha Theo para de chorar, o irmãozão chegou.
- Theo não chora, a mamãe esta aqui o irmão ta aqui.
- Theo eu amo você (o tempo todo).
Ele abraça, beija o Theo a toda hora, aperta. 
Por outro lado nos primeiros dias após a chegada do irmão fez xixi nas calças na madrugada ( já parou novamente), quis tomar banho de banheirinha ( a do Theo) e veio dormir no nosso quarto ( por conta do frio da cidade achei ótimo, estamos todos hibernando no meu quarto!). Não rolou um ciumão, mas percebo que ele sente que não é mais o bebê, e se antes ele tinha pavor da idéia de ser um bebê ( e respondia sempre: Eu sou grande), agora oscila em querer ser grande hora ser pequenininho. É o meu bebezão. 
Tenho aproveitado as sonecas do Theo e brincado com o Nino, ontem fizemos uma festa para os bichos de pelúcia, com bolo e brigadeiro (de mentirinha) e parabéns. E aperto muito ele nessas horas.
O Edu tem trabalhado bastante, e se na época do nascimento do Nino trabalhava em home office e me ajudava com tudo agora tenho sentido falta, o que é bom porque estamos tendo bastante trabalho, mas um pouco frustrante quando quero falar uma bobeira qualquer e não tenho a atenção do meu companheiro e amigo. E tenho precisado de atenção. Lendo Laura Gutman "A maternidade e o encontro com a própria sombra" me vejo e me encontro no termo "mãe- bebê", de repente é como se precisasse tanto de atenção e colo, as vezes nem me reconheço. Pode isso?

Porém me sinto mais tranquila com os cuidados com o Theo do que foi com o Nino, faz sim muita diferença a experiência de ser mãe de dois. é muito bom exercer a maternidade com mais tranquilidade, menos neuras, mais consciente e muito mais ligada nos instintos do que nos livros. aliás hoje não leria nenhum dos livros que li quando o Nino nasceu, teria sido mais tranqüilo apenas me conectar com o bebê, sem nenhum tipo de manual, mas naquele momento eu achava necessário.  

E assim esta nossa vida, desde o primeiro dia que chegamos da maternidade fico entre os cuidados com os meninos, correndo com o almoço, roupas para lavar e passar, brincadeiras, trabalho e filminhos com o Edu na madruga. Uma correria grande. Tem dias que é uma tranquilidade só, outros eu me descabelo e choro, por não dar conta de tudo como gostaria.

Mas uma coisa precisa ser dita, me sinto tão feliz e muito mais completa sendo agora mãe de dois. Esses dias lembrei que em uma prática de Yoga ( há uns 4 anos atrás) a professora falou: 

Mentalize o seu futuro, como gostaria?

Eu pensei em uma praia, um sol,  o Edu, eu e dois filhos, e cá estamos, todos juntos. Virou realidade. 

 Amor sem fim. 

 Só falta a praia.