sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Despausa - Um minuto de post

Nos preparativos para o Natal, entre uma colônia de férias e outra (depois conto o achado!!!) descobrimos aqui que o Nino vai precisar usar óculos, claro que isso vai render um post exclusivo, mas por enquanto fica aqui o registro do meu susto, consulta de rotina e descobrimos essa, fiquei chateada na hora, e estou agora me acostumando com a idéia, até porque preciso entrar na brincadeira dele, que vai precisar realmente usar. Tenho um monte coisas pra contar, o Theo está super esperto e o Nino se divertindo pacas nessas férias, a pessoinha teve a audácia de me pedir pra buscá-lo : Outro dia! ( com carinha de maroto) da colônia de férias, eu continuo correndo o que sempre se reflete aqui no blog e nos blogs amigos, mas já já voltamos a programação normal. #oremos Fica aqui uma canção, coisa de mãe que não cessa de babar!






Bom final de semana pra todos!

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Dicas para trabalhar com um bebê por perto

Rápida e rasteira, vim hoje só dar uma passadinha por aqui pra contar que estou lá na coluna que escrevo do Maternarum falando sobre como trabalhar com um bebê em casa. Pra quem está tentando fazer esse malabarismo (que eu amo, diga-se de passagem), vai dar uma olhada, pode ter uma dica boa pra te ajudar!

Clica AQUI.

Saudades!!

terça-feira, 26 de novembro de 2013

4 meses Theo - Amor maior que eu.

Tenho me cansado um pouco de colocar o desenvolvimento mensal do Theo, até porque atraso todo mês, vejam bem, o dia que deveria comemorar os 4 meses foi dia 17/11 e todo mês atraso (meu atraso é britânico!) . Porém quando leio o blog e vejo os registros do Nino que começou aos 6 meses, acho algo tão precioso que aqui vou eu, registrar tudo. Vamos nessa então?


Quer sentar a todo custo, se joga pra frente e as vezes tomba pra frente, não se contenta a ficar deitado mais.

Pega tudo, brinca com chocalho.

Se empurra pra andar no nosso colo, e quer que a gente ande, ou chora.

Começou a dormir de dia com um carinho antes só no sling (muitíssimo as vezes!).



Fica super bem com pessoas, mas sempre no meu colo. Muito risonho.

Gosta de secador.

Gosta de trocar frauda, sempre quando trocamos.

Conversa muito e se não gosta de algo emite gritinhos fofos.

Pega tudo o que esta na sua frente.

Ama banho de chuveiro, que dou sempre desde que nasceu, porém sempre dei de chuveiro e depois na banheira (porque ele adora!), mas quase pra completar os 4 meses passei a dar apenas de chuveiro.

É o xodó do Nino que quer a toda hora abraçar e beijar o irmão.



Por fim , cada dia é mais maravilhoso e mais fácil entender o "nosso bebê"(como diz o Nino!) e ele entender um pouco mais dessa família amalucada que ele veio parar, mas que tem tanto, tanto amor pra dar. AMO demais a vida como tem sido.


sexta-feira, 22 de novembro de 2013

E quando chegar as papinhas?

Por aqui temos ainda uns 2 meses pela frente antes de começar a dar frutinhas. Eu adoro essa fase, me delicio vendo a carinha dos pequenos amando ou odiando um alimento, a sensação, o toque a carinha deles pra cada sabor. Eu como uma glutona apreciadora da comida e seus mais variados temperos me divirto com essa fase de descobertas.

 Não ligo muito pro trabalho que essa fase nos apresenta, curto mesmo. Claro que amamentar é prático, neném chora, pá pum , tira o peito e lá satisfeito, sem nenhum potinho, não existe o :
- Vixi esqueci a banana!
Nem:
- Ai cadê a faca pra descascar?

 Ta tudo alí, na cara, literalmente, do bebê. Mas como aqui tive várias preocupações em relação a amantação, confesso que espero sim os 6 meses para começar a introduzir os alimentos sólidos e complementar um pouco a alimentação (hoje exclusiva de leite materno) do Theo.

Aí que me deparo com esse produto, o Smash Baby Food Press que auxilia para dar uma "amassada" nas frutinhas, o que facilita muito, menos potinhos e mais praticidade, porque agora, com dois filhos, praticidade é tudo!!! Pra quem quiser ver o produto sendo utilizado veja aqui. Eu adorei e vou usar bastante. É um produto americano, fui dar uma olhada e ainda não vende no Brasil, para comprar só no Amazom.com, ou esperar quando chegar!!!

E assim quando começarmos a introduzir as frutinhas ele será uma mão na roda para o meu dia à dia que é super corrido.







Bom final de semana pra todos!!!





terça-feira, 12 de novembro de 2013

Amamentação - Uma luz no fim do túnel

Muitas de nos nós preparamos para o parto, a ligação com o bebe, a importância da conexão e da entrega e as "pegadinhas" que o sistema tenta nos colocar, mas nem todas estamos preparadas para a amamentação, falo por mim e pelas altas taxas de desistência do amamentar. Senti muita dificuldade e confesso que em um primeiro momento não acreditei que pudesse prosseguir, claro que a opinião do pediatra me fazendo pra dar LA foi fundamental pra essa frustração, porém acalmei, escutei meus instintos, aqueles mesmos que me diziam que eu iria parir, e decidi não dar, persisti, e na consulta seguinte o pediatra (que não lembrava que havia  receitado o leite artificial) disse para que eu continuasse como estava pois independente do peso o Theo estava super bem motoramente, ponto para o meu instinto que estava um tanto abandonado por tanto medo de negligenciar a saúde do pequeno.
Theo esta super bem, minhas neuras passaram, as vezes voltam um pouco, geralmente quando vou pesar , mas tento me escutar de novo.
Falei nesse post sobre a crise da minha amamentação, de lá pra cá resolvi investir em aumentar o leite e tenho visto os peitos cheios e o Theo, que não me parece um bebe super "mamão" mama, e se insisto hora chora hora olha pro peito e pra mim e da risada, uma risada gostosa.
Para as mães, que como eu, acham que podem estar com uma produção menor de leite, o mais importante é saber que o leite é produzido de acordo com o que eles demandam, se mamam menos o corpo entende que ele quer menos e produz menos na próxima mamada, como as vezes o Theo mama quase nada outras quer bastante tenho feito táticas pra ter mais leite.

Segue algumas dicas para aumentar a produção de leite:

-água o tempo todo 
-chá de hortelã
- chá de feno grego
-chá de erva cidreira 
-chá de erva doce
- as vezes coloco anis estrelado no chá
- suco de uva integral
-Tintura de algodoeiro.
-Sling - o contato corporal com o bebe auxiliam estimulando a produção sabiam disso? 
-Insisto um pouco pro Theo sugar mais, não porque quero entupir ele, mas sim pra estimular.
- Descansar quando possível (essa pra mim é o que menos tenho conseguido)

Passei a olhar mais pro Theo e a entender que durante as mamadas o choro não era sempre o mesmo, eu estava tão fixada na ideia que existia um problema que não conseguia perceber que as vezes o choro era sono, outras não queria mais, outras a posição, outras chorava por que oras bolas, queria chorar!
Li alguns textos do dr Gonzales, conversei muito, pesquisei, mas o mais importante de tudo foi me centrar , me conectar com o Theo e aproveitar os momentos só nosso pra nos conhecer melhor e assim entender o que se passava. Me olhar e olhar pra ele, nos ver, me ver nele e ele em mim. As coisas parecem mais claras pra mim agora. 

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

O Nino e os deliciosos três anos

Ah os meus meninos!
A cada dia sinto esse amor pulsar, de forma forte e verdadeiro.
Tenho curtido esse amor e amo ver a família como ela é.
Hoje vim falar sobre o Nino.
Ver o Nino e o amor tão forte e verdadeiro que tem pelo irmão me encanta.
Coisa mais linda ver como conversa, quase que o dia todo, com o Theo, agora inventamos uma brincadeira, onde eu falo com ele como se fosse o Theo, e assim ele tem altos papos com o irmaozinho, diz que vai ensinar o pequeno a jogar bola, subir em árvores, montar quebra cabeça, que seus brinquedos são também foi irmão, coisa meus fofa da minha vida. 
Ele solicitou um pouco mais a minha atenção sim, as vezes grita mais alto pra ser ouvido, pede um carinho, pede uma atenção, mas nada que não tinha antes de forma integral. Vejo um menino extremamente feliz, lidando muito bem com a chegada do irmão. Vejo ele querendo participar de tudo, e até a forma como ele corre pra estar junto quando alguém brinca com o pequeno me diverte, para alguns é ciúmes, pra mim mais uma forma de estar brincando com "nosso bebê" como ele diz e fazendo parte do que é sua vida hoje. Protegendo e interagindo com o maninho.
Nino tem me surpreendido dia a dia, vejo meu menino cada dia mais amigo e parceiro e está delicioso contar com essa cumplicidade .
Coisas simples como ir ao mercado tem sido algo tão divertido juntos,  uma vez contei o caso do mercado, e sempre acabava fazendo pequenas compras com ele, porque sabia que ele cansava e eu me estressava, as coisas mudaram, fazemos combinados, tipo não pedir para comprar nada, em vista que o mercado é o lugar com aquele turbilhão de publicidade e apelos infantis, e ele cumpre, vejo meu pequeno amadurecendo, crescendo, entendendo. Penso que tudo que conversamos até hoje tem seu reflexo no que vejo hoje. Tem sido uma delicia fugir vez ou outra só eu e ele, mesmo que sejam tão poucas vezes, e alguns momentos após colocar o Theo na cama.
Esses dias o Nino não dormia, todos dormiram em casa e aproveitamos eu e ele pra contar histórias e jogar capoeira a meia noite, momento único e só nosso.
E tem os momentos onde coloco um no colo o outro no outro colo e conto histórias, é uma das delícias, dois filhos , um aninhado em cada colo, eu curtindo todo esse amor.
Acompanho dia a dia, um menino curioso, um menino divertido, com a teimosia própria da idade, um menino feliz, cheio de vida, que corre, pula, gosta de caçar formigas e olhar o que elas fazem, conhece os bichos, come super bem ( mesmo que as vezes demore 1 hora e meia pra terminar), me pergunta de onde vem cada coisa que ele come, gosta de montar quebra cabeça e a cada dia monta um mais difícil (esta no de 60 peças),gosta de fogueira, super heróis (mesmo que não deixe ele assistir), gosta da natureza e quando olha um lugar verde diz: olha mãe que liiindo, um menino que brinca muito, adora livros e histórias, vez ou outra tenta me tapear com uma esperteza que nem eu me atentei nascer. As vezes insistente, quando quer algo não desiste , mas tem se mostrado super compreensivo na maioria das vezes, claro que tem diz em que desmente tudo o que estou dizendo, mas ainda assim, muito longe do menino dos terrible two. Era só uma fase. Acreditem, passa!
Um pequeno independente, livre, que me faz muito feliz por ser simplesmente uma criança alegre e tão cheia de ingenuidade e amor, um menino generoso que me emociona e me ensina dia a dia o verdadeiro significado da vida.
Achei que com o tempo o amor iria estabilizar. Ilusão! Cada dia amo mais e mais.


sexta-feira, 1 de novembro de 2013

terça-feira, 29 de outubro de 2013

3 meses - Meu bebê crescendo!



Todo mês preciso lembrar que passei do dia de comemorar aqui no blog o aniversário mensal do Theo, mas como ando super atarefada tenho me permitido quase sem culpa,mentira morro de culpa de não postar aqui.
Esperava ansiosamente pelos três meses, eles são outros bebes, ou será que nos é que somos outras mães por conhecer um pouco mais nossos pequenos?


Das coisas que se passam por aqui tenho percebido muito forte a nossa ligação e como estamos nos entendendo melhor, a exterogestação fica tão clara pra mim, parece que o meu bebê esta pronto pra esse mundão agora, que esse período de três meses é essencial para esse conhecimento e autoconhecimento. Momento único na vida. Hoje me entendo melhor em algumas situações e consigo saber com mais segurança o que o Theo tenta me dizer diariamente.


Uma coisa que noto sobre ser mãe do segundo filho, é que pra mim em várias ocasiões me sinto mãe de primeira viagem. Louco por que achei que tiraria tudo de letra, mas me sinto inexperiente algumas vezes. Se por um lado algumas "neuras" não existem mais, tenho mais experiência e certeza das coisas que deram certo, por outro por ser um ser totalmente diferente do outro me faz sentir muitas vezes inexperiente novamente. 


Passei por fases conturbadas com a amamentação, mas é com felicidade que digo que ela passou, agradeço à todas que me ajudaram através daqui, do facebook, familiares, amigas que escutaram minhas queixas e ao marido que agüentou a louca desesperada dia sim dia também. Theo parou de chorar sempre que mama, mana um pouco mais, mas tcharammmm ganha pouco peso. Sem os choros me preocupo menos, Nino sempreee foi magrelo e esta aqui fortao e saudável.E estamos aqui felizes com a amamentação exclusiva, não desisti e passei pelos obstáculos no meio do trajeto. 


Como eles se desenvolvem rápido! o Theo esta super esperto, brincando com as mãos, olhando tudo, e levanta e empurra a cabeça quando quer ver algo.

Se vira na cama quando coloco de bruços. 


Sorri muito, pra todo mundo se estiver descansado.


Chora sempre, sem cerimônia, quando quer qualquer coisa, no volume mais alto possível. 


Tem melhorado muito seu intestino, faz coco dia sim dia não, as vezes mais que isso.

foto: monica Lachman
Continua amando o banho, um dos momentos mais relaxastes e legais.


Foi na sua primeira manifestação comigo. Fomos na marcha pela humanização do parto. Família toda.


Agora um pouco depois de completar 3 meses teve seu primeiro resfriadinho, tratei com homeopatia, como venho tratando o Nino desde seus 6 meses.


Ainda não dorme sozinho, já tentei deixar ele na caminha ou no bebe conforto e nada , posso cantar, dar a mão pra ele, acariciá-lo e nada, só adormece no meu colo, durante o dia é no sling, assim posso cuidar da casa e do trabalho, a noite adormece e o coloco na cama. Apenas a noite ele dorme profundamente sem estar no sling. 


Dorme das 9.30/22:30 até 7:30 a 8:30 acordando de 2 a 3 vezes nesse período pra mamar. 



Não dormiu quase nada na noite que demos a vacina dos 3 meses.

Nino se derrete pelo irmão e ele observa tudo o que o irmão faz.

É muito parecido com o irmão bebê, como uso todas as roupinhas que guardei do Nino fica ainda mais evidente essa semelhança. Tem foto que tiramos que confunde todo mundo.


Adora dormir comigo cantando, bem alto. 


Ainda não gosta de andar de carro, não dorme nada e chora, o que me faz evitar ainda de sair muitas vezes.


Gosta de ver pessoas, mas detesta lojas. 


Sempre sorri para o pediatra,até quando ele coloca aquele palito horrível na boca, coisa impressionante!


Tem altos papos comigo, eu falo e ele responde. Uma delícia.


É uma felicidade imensa ter ele completando a nossa família. Amo demais os momentos de historinha, onde conto história para o Nino e o Theo também escuta com tamanha atenção. Amo quando deitamos os três na cama, amo quando estamos os quatro juntos dando risadas. Amo ser mãe de dois. Amo ter meus três meninos!






domingo, 20 de outubro de 2013

Humanização do parto em Curitiba - marcha




Logo que assisti, prometi falar sobre o filme ORenascimento do Parto, o tempo foi passando, a vida uma loucura, e fui deixando pra depois. Confesso que o que tem me entretido muito no momento é amamentar e tentar desnoiar da questão curva do peso X amamentação. Mas nesse sábado dia 19/10 rolou a Marcha pela Humanização do Parto, e obviamente essa manifestação faz com que eu reviva e pense muito no que senti quando assisti o filme, o que senti da minha história com o nascimento dos meus filhos e o que eu sinto em relação ao mundo e as outras mães que ainda vão parir ou não, principalmente aquelas que não irão por imposição, desinformação ou má fé de alguns profissionais ( e sim, existe, para quem ainda não acredita que isso acontece).
A marcha aconteceu em várias cidades do Brasil, muitas vozes, muita gente querendo mudar, muita gente que já sofreu com as feridas de seus partos que nunca aconteceram, muita gente que pariu porque brigou para ter um tratamento respeitoso, profissionais que lutam pela humanização do parto, mães, pais, crianças, todos lá, por uma única causa, mudar algo que está errado, colocar na linha o que saiu dela de forma grotesca e manipulada. Fui marchar, protestar, participar, porque acredito sim que isso pode mudar, e vejo aos poucos as coisas mudando, vejo passos em direção a uma mudança. 
Nada do que eu digo aqui diz respeito às escolhas de cada mãe, mas ao problema de todo um sistema obstétrico que nos induz ao erro, nos cala, nos desrespeita, desrespeitou o meu filho e desrespeita diariamente muitos bebês e suas famílias.


Esses dias fui no Centro de Parto Ativo fazer o meu relato do parto do Theo, contar um pouco de como foi pra mim viver o VBAC, superar alguns medos e me entregar a tamanha emoção. Porém lembro que antes mesmo de começar a falar sobre a minha história me ocorreu falar sobre o meu processo para conseguir parir, infelizmente no modelo obstétrico que nos encontramos hoje no atendimento particular parir é mais que uma escolha, é uma procura por profissionais que estejam dispostos e muita informação, é muito triste que o normal já não é tratado como normal e hoje precisamos nos munir de muitas coisas para que o parto normal aconteça de forma respeitosa e tranqüila. 
Transito por muitos círculos de mães, e a quantidade de mães enganadas, manipuladas e violentadas é avassaladora. No sistema público, onde os partos acontecessem, muitas são obrigadas a parir deitada, sem que possam comer ou se mexer, como praxe é colocada ocitocina sintética para acelerar o parto e muitas mulheres são humilhadas por gritar, não podem ter seus trabalhos de parto acompanhados por seus companheiros, não existem opções, a mulher é simplesmente um produto de um sistema industrial, já no sistema privado a coisa é ainda pior, a maioria das mulheres simplesmente não podem parir , porque erroneamente são levadas a acreditar que existem problemas, que de fato não existem ou simplesmente são incapazes, porque na realidade aquela mulher custa muito tempo para a maioria dos médicos. Não existe humanização.
Eu fotografo gestantes, participo de alguns grupos de mães, tenho muitas amigas e muitas delas terão seus partos no sistema privado. A maior parte fala que quer tentar um parto normal, eu sempre pergunto qual é o seu médico, e quando a resposta é qualquer um que não a meia dúzia de médicos que já conheço e as enfermeiras do Grupo Luar Parto Domiciliar (maravilhoso trabalho) sei que a chance desse parto acontecer é muito pequena,  boa parte só vai acontecer se o neném escorregar (e olhe lá!). Infelizmente fora do circuito de médicos que habitualmente atendem o parto normal a chance dele não acontecer é gigantesca. Parece absurdo, mas é a triste realidade.
 Durante a minha gestação do Theo cheguei ouvir que estava obcecada por um parto, fiquei chateada, mas realmente teve um período que falava muito sobre isso, hoje sei que aquele movimento foi extremamente importante. Se eu não tivesse procurado muita informação, conversado com as pessoas certas, não tivesse a minha doula comigo, um bom obstetra que concorde com um parto humano (desconfio que existam inúmeros que sequer sabem fazer algo além de cirurgias), não tivesse freqüentado grupos de mães, falado muito, conversado, desejado tanto, meu parto pós cesárea não teria acontecido, mesmo que fisiologicamente estivesse tudo certo o médico errado teria me convencido a desistir por falta de dilatação, contração ou qualquer outro motivo torpe. Ora foram 30 horas de trabalho de parto!  E aconteceu, e foi lindo.
E se não pude ou não soube ter voz quando o Nino demorou 5 horas pra estar comigo e ser acalentado e amamentado na hora que nasceu, dessa vez foi diferente. Sem aspiração, cordão pulsando após a saída do bebê, sem o banho esfregão assim que o bebê sai da barriga, amamentando desde o primeiro minuto de vida e sem nenhuma separação durante a minha estadia na maternidade. Pra que isso acontecesse, me muni de muita informação e bons profissionais. Hoje sei, que sem isso não teria sido assim.
Hoje durante a nossa marcha, onde cantamos, falamos, distribuímos panfletos foi passando um filminho na minha cabeça, como aconteceu durante o filme. As vezes penso, como deixei que que o meu pequeno grande amor ficasse 5 horas longe de mim, o que me impedia de dizer o que eu queria? o que me impedia de me empoderar e de simplesmente ter voz? Penso o quanto errei com a chegada do meu querido que tanto transformou a minha vida, aquele corpinho frágil separado de mim logo no início, como pude errar com ele, logo com ele? quantas mães não se sentiram impotentes nos seus partos no hospital? quantas se calaram apenas por aceitar um sistema que não coloca a mãe como protagonista e sim como coadjuvante de seus próprios partos?


Adelita 
Marchei por mim e por todas as outras mulheres, marchei pelas crianças, marchei por um mundo onde se respeita profissionais que cuidam do bem nascer dos nossos bebês, marchei pela nossa amiga e enfermeira Adelita Gonzales do Grupo Luar que sofreu perseguição e foi afastada no hospital onde trabalhava por respeitar mãe e bebê cuidando do nascimento como ele deve ser e por tantos outros profissionais perseguidos por um sistema obstétrico precário e desrespeitoso. Marchei por um mundo mais humano.
E que o mundo nos escute, e que as mulheres se empoderem , que o sistema obstétrico do nosso país passe por profundas mudanças. Que as muitas mulheres e famílias unidas clamando por mudanças sejam ouvidas e finalmente que o mundo possa mudar. E que a frase tão repetida e que tem estampado o ativismo materno seja abraçada:


"Para mudar o mundo é preciso mudar a forma de nascer" Michel Odent


Família reunida na Marcha








sábado, 5 de outubro de 2013

Post Pirata - Ciclos

Madrugada de sexta-feira , todos dormem e eu (Edu) estou aqui, voltando a me arriscar com as palavras no blog.
Algumas horas atrás a Laiz começou a ler pra mim alguns posts do início do blog. Que sensação gostosa é revisitar  cada momento que deixamos registrados aqui no blog, quanta coisa mudou em nossa vida, desde a chegada do Theo até a mais simples lembrança do cotidiano.
Entre tantas palavras e sentimentos inúmeras imagens ilustram esse caminho.
Acredito que dentre todas as imagens que fiz em minha vida, as que ilustram esse blog são as mais importantes, pois são a reportagem mais íntima que eu posso fazer, ilustrando os belos textos escritos pela Laiz, como um espelho de nossa vida.
Certamente muita coisa aconteceu que não foi registrada aqui, pois mesmo expondo nossas idéias e vida, tudo tem um limite (ainda bem) e nossa intimidade fica restrita à nossa casa.
Foram inúmeros ciclos durante esse período onde amadurecemos, crescemos e construimos nossa história.
Sinto que estamos chegando a um novo ciclo de nossa família e do blog, em breve essas mudanças vão se refletir aqui no blog.

aguardem novidades ...



sexta-feira, 4 de outubro de 2013

DIY - Sofá de Paletes - Reciclando

Faz tempo que fizemos esse sofá, mas comecei a fazer o post e foi ficando, ficando e agora saiu. Fizemos o sofá durante a gravidez do Theo, o nosso antigo sofá era branco, com a chegada do Nino + os lápis e canetas que existem disponíveis na nossa casa o sofá branco era uma obra prima da arte moderna. Cansei de ver todos aqueles riscos, também não queria investir em um novo sofá, afinal estava à caminho um possível novo "pintor" na nossa casa. Decidimos então criar um sofá reutilizando paletes, que muitas vezes são descartados. E além de reciclar, deixar a sala com uma cara legal e diferente ficou também bem aconchegante. Vira e mexe estamos todos lá, deitadões. 

Segue passo à passo da preparação do novo sofá.

Você vai precisar de um paletes cru, tinta branca, rodinhas e almofadas.

Dica: em fábricas de papel geralmente jogam fora vários desses paletes novinhos.






Primeiramente pintamos de branco, cobrimos ele todo com a tinta branca sem grande preocupação de deixar perfeito, a idéia era ficar rústico mesmo.





Depois foi a vez de colocar rodinhas de silicone bem fortes, com trava na parte traseira, para não escorregar. 
Se quiser que realmente não escorregue coloque rodinhas com travas em todas as posições, a minha escorrega bastante devido ao peso dos paletes.






Depois utilizei almofadas que eu mandei fazer para forrar, mais duras,  revesti ela com tecido ( eu utilizava essas almofadas em outro ambiente e passei pra cá). E almofadões que também mandei fazer, com espuma e revesti com tecidos também.






 PRONTINHO. O sofá esta pronto. Olha o resultado final na sala!








 Ps. Tem post antigo onde conto como fiz aquele móvel amarelo da foto.



BOM FINAL DE SEMANA !!!

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Tipos que uma mãe irá encontrar.

Sempre tem um figurinha pra dar seu palpite, sua piadinha "legal", dar seu comentário "genial" ou simplesmente nos fazer rir. Na gravidez, escutei  pérolas do tipo: ahhhh um menino! (Quando anunciei o sexo), que pelo menos que venha com saúde. Depois vinha:  e agora, vai tentar uma menininha? Morria de raiva.

Ai ele nasce e aparecem outros tipos, conheci vários deles com o nascimento dos meus dois filhos, alguns desses tipos são vários em um só, e eu em algum momento, posso ter sido um deles. segue alguns dos que encontro pelo mundo:

O intrometido- Abre o Sling pra certificar que tem alguém lá, cutuca o neném quando ele dorme e adora dar sua verdade sobre a personalidade dele: bravo não? Como um bebê de 2 meses pode ser rotulado de bravo?

O cantor de quinta - Adora cantar, mas não cirandas e musicas que não destroem os nossos ouvidos  boas, e sim, uma dessas musiquinhas ridículas da moda, seja leque leque leque leque, ou piripiipipipi, na tentativa de tirar uma risadinha da criança.

O ventríloquo - Sempre que vê um bebê fala por ele:
- Ai como eu sou bonito.
-  Quero mamar
- Estou querendo conversar mamãe!
 O pior exemplar desse tipo gosta de mandar recados pra mãe:
- Mamãe eu quero ir na casa da ........... (no caso ela!)
- Mamãe quero mamar (tipo você não está certa querendo fazer seu bebê dormir, você não sabe o que ele precisa!)
- Mamãe se eu ficar no colo vou ficar mal acostumado (oi?!).

O boicotador - Aquele que gosta de boicotar qualquer coisa que a mãe decida. Esses dias fiquei sabendo que enquanto um casal de conhecidos "cuidava" de seu sobrinho que só era amamentado no peito eles gentilmente davam doce de leite pro bebe. Infeliz absurdo.

O aconselhador - Esse vem dar seu conselho preferencialmente quando você não pede. Por que você não da leite artificial? Porque nao lê o nana neném? Porque não deixa chorar?

O ajudante perdido- Sempre se prontifica a ajudar. Só que não. Nunca aparece quando precisamos.

O bebe tardio - Fala tudo errado, ou melhor, fala tudo elado, faz biquinho de bebezinho, afina a voz e manda:
- Vamo dandá (andar) coisa totosa?
É um tal de totosa, l no lugar do r
Como o Nino fala muito certinho desde bem cedo ele vivia corrigindo o tipo "bebê tardio". Eu me divertia de ver o Nino explicando que não é molango ( e sim morango), não era tetê e nem pepeta. Um sarro.

Tem também a junção de bebe tardio com o ventríloquo. Esse é um dis mais chatos e olha que esse é um dos mais abundantes também.

Alguns são divertidos, outros irritam, mas diariamente encontramos eles por aí.

E vocês conhecem algum tipo desses? Ou algum tipo diferente? Me contem!

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

SOS Amamentação

Hoje o assunto é serio. Estou sumida mergulhada em um estado fusional com o Theo, e quando nao estou acalentando, cuidando e atendendo as necessidades do pititico estou com o Nino.
Ser mae de dois é um dadiva, uma alegria. Amo essa nova fase. Mas acontece que ando um tanto inconsolável, amamentar por mais sagrado, lindo, e essencial que seja, esta tão difícil por aqui.
Cada dia é uma luta, pra tentar entender o que acontece, como solucionar, o que fazer.
Apoio a amamentacao exclusiva ate os 6 meses e o aleitamento prolongado, minha história com o empreendedorismo surgiu inclusive pela opção de amamentar ate os seis esse sem interrupção o Nino, veja aquiaqui e aqui . Mas o que se passa?
Amo amamentar, a troca, o doar, o receber, estar conectado com o meu bebe, é uma sensação maravilhosa e especialmente importante para os pequenos e gratificante pra gente, mas confesso que a minha relação com a amamentacao nunca foi das mais tranqüilas. O Nino amamentou ate os 9 meses e meio e foi sim muito conturbada essa relação, talvez não por parte do meu bebê e sim pela minha cabeça, sempre querendo controlar, mesmo o que vai além.
Cada consulta era uma frustração, os livros que eu lia na época sobre o assunto uma tortura . O fato é que o Nino nao ganhava peso, era magrinho magrinho, e sempre em no máximo 3 minutos ele dormia. E nada, absolutamente nada o acordava. Sabia que a curva de crescimento não devia ser seguida à risca pois não respeita a individualidade, e cada bebe é um bebe, mais o fato é quando é com o MEU filho é diferente, sou mãe, a fornecedora desse fluido e ele é feito de forma perfeita pela natureza para o meu filho,  mas parecia nao "resolver". Persisti. Confiei. E foi ate os 9 meses e meio quando ele nao quis mais, o fato de dormir muito rápido nas mamadas fez com que cada vez meu leite produzisse menos. Aquelas alturas ele tinha muita fome. E assim terminei o aleitamento do Nino.
E o Theo? o Theo nasceu mamando, mamava muito, perdeu bem pouco peso quando saiu da maternidade e ganhou bem no primeiro mês, achei que dessa vez seria uma nova história.
E é.
Mas as duas culminam no pediatra me dizendo novamente que ganhou pouco peso.
Mas é claro, estamos falando de crianças diferentes, outra personalidade, outra situação e um outro momento, um indivíduo único. Ele nao dorme durante a mamada, mama lindamente por 1-2-3 no máximo 5 minutos se tiver de bom humor. Ai começa um berreiro, uma gritaria, um desespero.  É frustrante. Ver meu filho lá sofrendo. São gritos, choro e as vezes consigo fazê lo voltar  pra mamar outras não.
Me prometi que me preocuparia menos com regras, tento levar a maternidade de uma forma mais intuitiva ( sempre aliada a informação).
O peso ainda posso relevar, mas os gritos, me preocupam muito. Inútil me dizer : Relaxe.
Obviamente minha angustia é um prato cheio para todo o tipo de comentário descabido, leite fraco, doença grave, quebrante. O que ja me angustia por si só me irrita profundamente com esse tipo de comentário.
O fato é que aqui é colo o tempo todo, cama compartilhada, sling, livre demanda e me pergunto o que tem de errado.
Sei que solta milhões de puns, arrota muito e sempre tem soluço nas mamadas. Mas  ainda não consigo chegar a nenhuma conclusão. As vezes parece que ele apenas fica nervoso, talvez um reflexo de algo guardado aqui dentro. Mas seguem outras hipóteses.

Hipóteses:
1- Aparelho digestivo. Imaturo. Logo se resolverá #oremos
2- Pouco leite, mas não acredito muito, já que vaza meu leite as vezes, mas é o que o pediatra tenta me convencer (eles sempre colocam a culpa na mulher???!!!)
3- Refluxo oculto
4-Alergia a proteína o leite
5- um bebê sensível apenas
6 - mamou o suficiente pra ele e simplesmente nao quer mais - Dr Gonzalez- pediatra tem textos ótimos sobre o assunto.

Tudo isso inevitavelmente me tira do prumo, me estressa e sei que passa pra ele, ciclo vicioso que se instala e compromete dias especais com o meu pequeno bebe.
Relaxe, curta, tente entender menos, se entregue. Escuto isso aqui dentro. Mas tenho uma imensa dificuldade de abandonar a razão.
Essa necessidade de comunicação, controle da minha parte e explicação são inerentes a minha personalidade e talvez o Theo esteja me dizendo alguma coisa que está aqui muito além da razão. Portanto desafiando a minha natureza controladora, decidi hoje tentar diagnosticar e controlar menos, sentir, escutar meu coração e viver esse tempo maravilhoso que estamos vivendo aqui, e que não volta mais.

Depois conto como foi tudo isso. E se, consegui entender esse momento.

Ah, e quem está nessa fase do pós parto, se puder dar uma pausa para leitura, leia Laura Gutman, se nos permitirmos é bem transformador, muito mais do que váriooos manuais práticos da maternidade que nos dão fórmulas padronizadas de como agirmos ou cuidarmos dos nossos bebês.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

2 meses - Tem um bebê crescendo!!!

Esse post devia ter sido escrito dia 17, mas nao deu, vou postar com data retroativa e assobiar.

Dia 17 o Theo fez dois meses!!! Como adoro ler os registros do Nino pequenino (apesar de ter começado o blog quando ele já tinha 6 meses) vou deixar o registro de um pouquinho de como está o Theo por  aqui. Pra eu lembrar a alegria e os perrengues que estamos passando e depois dar muita risada.

Parece que ele esta com a gente faz tanto tempo, aliás parece que sempre esteve, e é tão legal ter esse pedacinho da gente aqui conosco.




O Theo sorri muitas vezes ao dia, coisa mais linda do mundo. Adora quando chamamos ele de lindo e gostoso.


Chora , chora chora, chora mito.

Teve  um mês  bem difícil para a amamentação. Grita muito cada vez que mama. Preparando um post só para falar disso.

Cresceu bastante mas ganhou pouco peso até porque quando chora para de mamar e nem sempre volta.

Me acompanha sempre com os olhos.

Ele simplesmente ama a hora do banho, pode ser o chororô que for, ele se tranquiliza com o banho.

Ele a-do-ra me ver tomar banho. Fica quietinho me olhando, uma delicia.

Ele já começou a colocar as mãozinhas nos olhos, ainda com pouco controle,  ele também segura firme, na mão de todo mundo.

Faz cocô a cada 4 ou 5 dias. E me parece que fica um pouco irritado o dia em que aparece o cocô.

Parece bem sensível e para  dormir precisamos de muitos malabarismos. Pareço uma tonta subindo e descendo a escada , uma das táticas infalíveis.

Nesses utimos dias não me deixa sentar, quer ficar de pezinho, olhando o mundo, e se sento ou fecho ele pra mim, chora mesmo.



Tem um irmão que adora conversar com ele, brincar, curtir e beijar. Adora ver o Nino fazendo: AAAH boneco! Mas se irrita se o Nino vai pegar, beijar o seu rostinho todo e ou pegar na sua mãozinha enquanto mama.

Ficou bem quietinho quando no susto surpreendi o Nino feliz com o Theo no colo (IMAGINEM o meu susto!)

DE-TES-TA andar de carro. é um saco sair de carro, tenho aproveitado pra fazer as coisas pelo bairro mesmo. mentira tenho ficado em casa maois do que nunca

Começaram com essa de que é a cara do pai. Mas o Nino também diziam e depois de 1 ano todo mundo passou a falar que tinha  cara da mãe hoho

Vive a base de muito colo, sling e colo.

Com o sling o é amor e ódio. ódio nos primeiros minutos e amor depois, dorme super bem e eu aproveito e deixo a casa um brinco #adorandoavidademaria

Adora ficar peladinho. Sorri sempre.

Nunca reclama nas trocas de fralda. É sorrisinho na certa.

Sono noturno. Acorda uma ou duas vezes a noite ainda, mas volta a dormir depois de mamar.



É um bebezinho delícia e nos faz muito feliz!



Parabéns meu Filho lindo! Te amo muito!

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Amor de irmão

Estou sumida sei, quase não tenho tempo pra respirar, tomar banho é coisa de 20 segundos, , unhas? deleta, comer? um luxo!, mas estou tão feliz, tão feliz. Cada vez que olho para os Nino e o Theo me encho de amor.

Peço desculpas à todos que ainda não consegui responder, aos poucos as coisas irão voltando ao normal. Fica aqui um momento lindo...de amor. Amo tanto ser mãe desses dois pingulinos!!!!

 

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Empreendedorismo e a chegada do segundo filho

Faz um tempo que escrevo sobre fotografia de produtos para o site da Maternarum, um site todo voltado para a mãe que quer empreender, cheio de dicas e convites especiais. Agora passarei a falar lá também sobre a nossa rotina de trabalho e agora dois filhos, dicas, o que deu certo e o que não funcionou por aqui e as mudanças com o segundo filho.

Hoje falo sobre a chegada do Theo e o trabalho. Não é fácil, digo de primeira, mas sou muito feliz de ter escolhido esse caminho. 


"É muito bom saber que meus filhos crescerão vendo que trabalho não é apenas uma fonte de dinheiro, mas de amor e crescimento."




Conto tudinho: AQUI no site delicioso da Maternarum.



Para quem ainda não viu o vídeo lindo feito pela Maternarum que expressa o dia a dia de nós mães que optamos por empreender para ficar mais tempo com os filhotes. AQUI.


segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Alta taxa de bebês prematuros devido a cesariana - Gazeta do Povo


Fui assistir o Renascimento do parto com o Theo, chorei no cinema, fiquei com raiva, me emocionei, sorri, tenho muitas coisas pra falar sobre o filme e o assunto, mas como o pequeno está agitado e tem outro querendo brincar, fica aqui a matéria que participei e saiu hoje na Gazeta do Povo, sobre o número de bebês prematuros devido a alta taxa de cesáreas, o que é assustador e triste. Matérias como essa, o filme, a internet, bons profissionais da saúde e pequenos grupos ( que estão aumentando) ajudam para que se propague a informação, diminua os mitos e aumente o número de bebês mais saudáveis. Infelizmente muitas de nós somos desencorajadas a viver o parto e somos estimuladas a uma cesárea antes da hora. Existe muita informação manipulada que apenas favorece interesses de alguns profissionais e não a saúde de mães e bebês.


Veja a matéria: Brasil tem alta taxa de bebês prematuros - Gazeta do Povo


foto: Antônio More - fonte

Taxas de bebês prematuros na matéria da Gazeta:

fonte






1 Mês do Theo



Dia 17 de agosto completou 1 mês da chegada do Theo conosco, muita coisa aconteceu. Ele ja mudou muito. Algumas curiosidades e detalhes desse primeiro mês.
- parto normal, não passou pelas intervenções de aspiração e colírio no seu nascimento, alivio.
- nasceu com olhos verdes, ainda permanece, mas pelo histórico meu e do Nino que nascemos de olho claro e depois mudou imagino que logo fique castanho.
- é a cara do Nino quando bebê.
- ele mama bem, direitinho desde que nasceu, não tive nenhuma fissura no peito e dificuldade de amamentação, foi muio tranqüila.
- mama a hora que quer sempre.
- as vezes parece ansioso, mama muito rápido e fica meio desesperadinho e bravo, aí grita.
-sempre arrota . As vezes no meio da mamada vejo que e irritado, tiro ele, faço e arrotar e volta a mamar.
- fica no colo e no sling, no colo sempre, no sling quando esta de bom humor e na cama só durante noite, durante o dia reclama. Colo liberado.
-usa chupeta.
- Foi ao pediatra alopata e ao pediatra homeopata, pretendo tratar ele, com homeopatia, como o Nino.
- fazia cerca de uns 10 cocôs por, no fim do primeiro mês ficou 3 dias sem fazer. Ficou muito, muito nervoso, no quarto dia veio uma bomba que usou da cabeça aos pés.
-adora o banho e detesta sair, deve ser pelo frio terrível nessa cidade.
- me segue com os olhos o tempo todo quando está acordado. Faz isso com o Nino também.
-dia 17, exato 1 mês deu a primeira risadinha.
- passeou pouco, hibernamos, as saídas foram ao pediatra , mercado, parque fazer um piquenique ( em um lapso da cidade que resolveu fazer um sol) e foi ao cinema no dia em que fez um mês ver o Renascimento do parto.
- caiu o umbigo com 6 dias.
- ganhou uma música do pai com a ajuda da mãe, ainda inacabada.
- adora que eu coloque a mão no seu rosto.
- tem cólicas as vezes.
- cada noie que passa dorme melhor, mama, dorme geralmente em seguida, eu me seguro pra não conversar com ele nessa hora, se não resisto e falo,  ele desperta.
-ganha carinho e muita música do Nino
- se incomoda muito se estiver sujo.
- gosta de barulho, mas quando esta sensível acorda com qualquer som.
- detesta que eu fale ou faça qualquer outra coisa enquanto mama, quer exclusividade total.


Veio completar a nossa felicidade.

PARABÉNS PELO SEU PRIMEIRO MÊS MEU AMOR!



sexta-feira, 16 de agosto de 2013

A vida por aqui

Quase um mês se passou do dia do nascimento do Theo. Estou em namoro com a nova vida, curtindo cada minuto com o nosso pequenino, brincando bastante com o Nino, e feliz de agora ter os meus dois meninos. Mas como todo namoro, tem as horas difíceis. Com o frio de Curitiba tenho ficado muito tempo em casa, tenho dó de sair com o pequeno, e como os meninos nasceram no mesmo mês aconteceu exatamente igual quando o Nino nasceu. Esse ficar em casa é uma delícia, porém as vezes cansa e me sinto um pouco fora do mundo, fora das conversas, em um mundo à parte. Tem dias que é pijama o dia todo.
 Achei que ficaria um mês sem trabalhar também, nada, desde que voltei da maternidade tenho trabalhado constantemente, as minhas funções no estúdio que havia passado para o Edu nunca foram feitas por ele, e não posso nem culpá-lo, ele tem se esforçado para conseguir fazer as dele, resultado eu tenho que me virar nos 30.
O Theo tem vivido a base de colo, amor e leitinho, tinha esquecido como eles são gostosos nessa fase, amo olhar pra ele, amo quando ele fica hipnotizado comigo. Aqui se o Theo estiver no sling ou no colo ele dorme por horas durante o dia ( e o barulho pode ser ensurdecedor) na caminha ele chora com o mínimo click de barullho e vivemos assim , colados, nesse momento mesmo, para conseguir escrever, está ele aqui nos meus braços. Também sinto uma profunda ligação nos sentimentos minha com o pequeno, impressionante como o Theo fica nervoso se eu estiver assim e como muda se eu me acalmo.
Também passei pela culpa de não ser mais só do Nino. Senti saudades dele, chorei, me culpei por cada já vou que falei pra ele,  foi na segunda semana de vida do Theo, doía o peito de culpa, se antes eu falava espera um pouco de forma tranqüila e natural algumas vezes, com a culpa cada vez que falava parecia estar fazendo algo errado. Depois fui percebendo que eu sofria mais que ele e que estava me cobrando demais e foi mais fácil, e quando vejo o Nino apaixonado pelo irmão vejo que pra ele essa divisão de tempo não está assim tão difícil. 
O Nino esta feliz, vem toda hora cantar nana neném, pedir pra segurar o Theo, fazer biquinho pro irmão e solta várias:
- AHH boneco ( com voz fina como eu faço).
- Olha Theo para de chorar, o irmãozão chegou.
- Theo não chora, a mamãe esta aqui o irmão ta aqui.
- Theo eu amo você (o tempo todo).
Ele abraça, beija o Theo a toda hora, aperta. 
Por outro lado nos primeiros dias após a chegada do irmão fez xixi nas calças na madrugada ( já parou novamente), quis tomar banho de banheirinha ( a do Theo) e veio dormir no nosso quarto ( por conta do frio da cidade achei ótimo, estamos todos hibernando no meu quarto!). Não rolou um ciumão, mas percebo que ele sente que não é mais o bebê, e se antes ele tinha pavor da idéia de ser um bebê ( e respondia sempre: Eu sou grande), agora oscila em querer ser grande hora ser pequenininho. É o meu bebezão. 
Tenho aproveitado as sonecas do Theo e brincado com o Nino, ontem fizemos uma festa para os bichos de pelúcia, com bolo e brigadeiro (de mentirinha) e parabéns. E aperto muito ele nessas horas.
O Edu tem trabalhado bastante, e se na época do nascimento do Nino trabalhava em home office e me ajudava com tudo agora tenho sentido falta, o que é bom porque estamos tendo bastante trabalho, mas um pouco frustrante quando quero falar uma bobeira qualquer e não tenho a atenção do meu companheiro e amigo. E tenho precisado de atenção. Lendo Laura Gutman "A maternidade e o encontro com a própria sombra" me vejo e me encontro no termo "mãe- bebê", de repente é como se precisasse tanto de atenção e colo, as vezes nem me reconheço. Pode isso?

Porém me sinto mais tranquila com os cuidados com o Theo do que foi com o Nino, faz sim muita diferença a experiência de ser mãe de dois. é muito bom exercer a maternidade com mais tranquilidade, menos neuras, mais consciente e muito mais ligada nos instintos do que nos livros. aliás hoje não leria nenhum dos livros que li quando o Nino nasceu, teria sido mais tranqüilo apenas me conectar com o bebê, sem nenhum tipo de manual, mas naquele momento eu achava necessário.  

E assim esta nossa vida, desde o primeiro dia que chegamos da maternidade fico entre os cuidados com os meninos, correndo com o almoço, roupas para lavar e passar, brincadeiras, trabalho e filminhos com o Edu na madruga. Uma correria grande. Tem dias que é uma tranquilidade só, outros eu me descabelo e choro, por não dar conta de tudo como gostaria.

Mas uma coisa precisa ser dita, me sinto tão feliz e muito mais completa sendo agora mãe de dois. Esses dias lembrei que em uma prática de Yoga ( há uns 4 anos atrás) a professora falou: 

Mentalize o seu futuro, como gostaria?

Eu pensei em uma praia, um sol,  o Edu, eu e dois filhos, e cá estamos, todos juntos. Virou realidade. 

 Amor sem fim. 

 Só falta a praia. 






segunda-feira, 5 de agosto de 2013

O PARTO - Chegada do Theo


Durante a metade da gravidez em diante eu acordava na madrugada e olhava para o relógio 3:00 da manhã, era a hora de ir ao banheiro e voltar, numa dessas "acordadas" eu disse para o Edu, o Theo vai chegar as 3:00 da manhã, ele sempre me acorda essa hora.

Antes da chegada


Noite


Foram 30 horas e meia desde que começou o meu trabalho de parto, ele começou de mansinho, foi evoluindo aos poucos e curti cada minuto de tudo o que senti. Parir é mágico, eu não sabia, mas cada minuto de tudo aquilo é profundo e intenso, é transformador.

Começou na segunda dia 15/07, fui na massagem e enquanto a Suzana fazia a massagem eu falava sem parar, o Nino que estava de férias junto comigo brincava. Saímos de lá e eu comecei a sentir algo diferente. Fui pra casa e comecei a perceber contrações, ainda com uma dor extremamente leve ritmadas, estavam de 12 em 12 minutos.

A noite chegou, e a dor começou a aumentar um pouco, hora de falar com a doula?


A doula

Talia Gevaerd, esse é o nome do anjo que acompanhou a minha gestação e o meu trabalho de parto, se um dia fiquei na dúvida se iria ter uma doula, hoje sei que foi extremamente importante para que eu conseguisse curtir e me entregar ao parto e viver tudo o que passei. Sim, pra mim o trabalho, o carinho e a atenção da Talia foram imprescindíveis para o que vivi.

Mandei uma mensagem as 22:38:

"Estou tendo um desconforto, que esta dando com uma frequencia, é como uma dor de barriga que vai e passa, não tenho idéia se isso pode ser trabalho de parto, pode ser?"

Um pouco depois tive um sangramento. Tremia. Tive medo , muito medo, o medo de uma ruptura uterina passou inúmeras vezes na minha cabeça durante a gravidez, e agora esse sangue? tinha medo de não conseguir, medo pelo Nino, medo de dar algo errado. Queria parir em casa, mas o medo sempre ali. Passei a gravidez com muitos medos...era hora de superá-los, hora de enfrentar?

O médico me orientou e me tranquilizou.

O médico.

Cecílio Toniolo Neto , vale registrar que foi a melhor escolha que eu poderia ter feito, um médico humano, um médico de verdade, visitei muitos médicos por formação e encontrei poucos com tamanho comprometimento e dedicação à profissão. Respeito a mulher, ao bebê e a família. Agradeço por ter o Cecílio conosco no nascimento do Theo.

Fomos dormir. Eu não dormi, estava ansiosa, excitada com a possibilidade de ver a carinha do Theo logo.

Eu nunca gostei de jogos eletrônicos, três dias antes me rendi ao Candy Crush, e foi com ele que passei a noite, foi providencial. Jogava pra relaxar, sentindo cada contração e marcando o tempo, cada hora que passava ficavam mais próximas.

Dia raiando



As 6:00 da manhã as contrações estavam de 4 em 4 minutos. Liguei pra Talia e pedi pra ela vir. Ela chegou na minha casa, calma, sorrindo e falou pra descansar, já que não havia dormido a noite toda, me poupar, poderia ser próximo, mas poderia ser longo também, e foi o que fiz. Relutando um pouco dormi exausta. Acordava as vezes entre uma contração e outra, a dor aumentava.

Nesse meio tempo o Edu continuou a rotina da casa e entre problemas de telefonia, diarista, barulho dos pedreiros da casa ao lado as contrações espaçaram mais. Não estava conseguindo relaxar, me entregar.

Dia lindo de sol

Saimos para almoçar, entre uma garfada e outra vinha ela, a amiga dor, falava da dor assim , ria cada vez que ela vinha lembrando uma amiga que me dizia que a dor era amiga, mas amiga da onça, ria muito e ainda conversava sem parar entre uma contração e outra. Ainda era razão.



Nino brincava e se divertia, tomou suco de uva, se lambuzou todo e falava, como a  mãe, sem parar.

Tarde fora do relógio





A tarde passou de forma deliciosa, passamos uma tarde agradável, linda, o Nino presente, brincando de montar o tempo todo, e nós todos em volta da brincadeira dele, fizemos lanchinho com pão de queijo e brigadeiro de colher, parecia um dia fora do tempo, onde não tinha trabalho, nem um mundo lá fora, era apenas nós. Muita brincadeira, conversa, abraço e carinho do Nino.



O Nino
Meu primeiro grande amor, razão da minha maior felicidade, foi tão importante contar com aquele sorriso, aquela pureza, aquela alegria naquele momento. Tive medo, queria deixá-lo bem, não queria que sentisse a nossa falta, queria vê-lo curtindo também essa chegada. E foi assim. 



Finalizamos nessa tarde as lembrancinhas do Theo, Nino "roubou" vários chocolatinhos, hoje podia, afinal era dia de festa, dia de chegada!


ATalia me ajudando com massagem , algumas horas com florais, outras apenas me pedindo para pensar na  minha respiração. Eu estava adorando conseguir lidar com aquela dor, com aquele sentimento, deixando fluir a magia do momento, o carinho e o aconchego que sentia. Conseguia aceitar a dor e sabia que logo o Theo chegaria. Respeito pelo momento.

Noite



Um passeio até a maternidade

Eram 19:00 e a dor começou a aumentar, senti necessidade de ir checar minha dilatação no hospital, sempre disse que ficaria o máximo do tempo em casa, mas tenho uma necessidade de controle, sempre, e ela me pedia pra eu ver a que pé andava as coisas.

Fui na maternidade. Doía. O médico de plantão queria me internar, mas o meu médico pediu pra eu voltar pra casa, ele sabia que eu queria chegar na hora. Pediu pra eu voltar e tomar um bom banho e voltar depois de umas 2 horas.

E foi o que fizemos.

Chegamos em casa, a Aline , uma amiga querida, veio pra minha casa, me senti segura em não tirar o Nino de casa, deixá-lo dormir no canto dele e ela se propôs a ficar em casa com ele, me deu um alívio. Queria ficar com ele até a  hora de ir. Pensei nele em cada momento do dia e em muitos momentos do trabalho de parto em que ainda viria. queria ele bem, ele feliz, ele tranquilo. Ele ficou, brincou por horas e se divertiu com ela e com o Allan, ele sempre se deu muito bem com ela. Queria ela aqui. E ver ele bem me tranquilizou. Muito a agradecer por esses dois grandes amigos que largaram seus trabalhos, sua  casa e conforto para estar conosco nessa hora.


 Queríamos ele conosco no primeiro minuto possível após o parto. Fizemos tudo para que não fosse gerada ansiedade na família, no dia do nascimento do Nino, todos estavam tão agitados, não queríamos essa ansiedade dessa vez, queríamos contar apenas que nosso bebê nasceu, sem expectativas, sem cobranças, apenas como a natureza fosse nos levando, deixamos para contar a todos depois que o Theo chegasse ( nem todos entenderam essa decisão, mas era forte pra gente, importante). Era o nascimento do nosso filho, uma vida chegando. E era também o meu parto que queria viver. Pra mim e pro Edu todo esse ritual anterior era importante, fazia sentido.

o Edu
O Edu se preparou comigo, planejou e vivenciou cada minuto do parto, me ajudando, me tranquilizando, me acariciando, me cuidando, hora me irritando também ( como não, se não não seria eu e o Edu.)
Um grande parceiro, um amigo, um amor, um homem de verdade, que vibrou com tudo que presenciou.


A bola de pilates 

Voltamos da maternidade, peguei a bola de pilates, ah a bola, achava tanta besteira o uso dela, pra que? sinta uma contração lá no fundo, sente nela e jogue uma ducha nas costas, e saberá que ele tem seu valor.



 Foi um tempo que não sei mensurar, fiquei no chuveiro, sentindo as dores e a cada minuto a certeza de que estava mais próximo, chegando a hora, a água escorria, a mente se esvaziava e eu começava a enxergar o que não conseguia ver, era só aquele momento, único, vivo, longe, próximo, era um momento de descoberta, prazer e dor, queria tanto viver aquilo, satisfação e gratidão por tudo o que sentia.

Pedi pra ver o Nino, tinha medo, estava vivendo uma viagem, a um desconhecido, lá dentro, talvez o mais fundo que pude chegar de mim, um campo jamais atravessado, era mágico, um pouco assustador e muito feliz, eu estava sentindo, sentindo ondas de amor e dor, transcendendo.



Ligação. Era meu médico. Pedindo pra eu voltar, estava no hospital me esperando. Dei um beijo longo no Nino e me perguntei porque não fiz em casa, perto dele, mas eu precisava ir, tinha optado pelo hospital.


após o banho. Hora de ir

Pausa na escada antes de ir. A dor.

Chegando a hora


No caminho lembrei aos dois o que eu queria e eu não queria, se precisasse da anestesia ok, não queria antes, mas tinha medo que o Edu não deixasse (porque em algum momento tinha falado pra ele não deixar), queria decidir. Postei no blog a contagem progressiva antes do parto, foi nessa hora.

Fomos para o quarto, a dor apertou bastante, o Edu tenso começou a arrumar as coisas, sempre que ele fica tenso ele arruma algo, preferencialmente enrola fios, como lá não tinha fios, arrumava o quarto, eu sabia que ele estava tenso, pedi pra ele parar, não queria arrumação.

Essa hora doía muito. ele me lembrou da minha seleção de músicas para o parto, como eu queria, preparei tudo, eram 8 musicas que eu carinhosamente havia escolhido prara a chegada do Theo. Eu parei enfim de falar, não conseguia pensar, não queria mais música, não queria som.

E  a bola, cocorar, sentar, ficar em quatro apoios? nada, eu não queria mais nada, nem carinhos, nem sugestões, nada funcionava mais. Queria silencio. E foi um lindo silêncio. Os tres ficaram mudos, sentia uma força, sem falar nada parecíamos rezar, orar, nos conectávamos com o universo. Foi intenso, um silêncio forte e profundo.

Pensava no Nino, não lembrava , mas depois a Talia me relatou que nessa hora eu disse estar com saudades dele.

Até aqui lidei bem com a dor, respirava, vocalizava e utliizava mecanismos pra lidar com ela, contava até ela passar, respirava, pensava em todas as práticas das aulas de Yoga, mas foi aí, de um minuto pra outro que parei, deixei de controlar, algo me conrolou, a dor passou as barreiras e eu não conseguia mais.

A bolsa não havia rompido, achei que demoraria muito, não conseguia mais suportar aquela dor. Botei tudo pra fora, junto o medo, a razão. Meu corpo se abria, sentia abrir, sentia a força, uma força louca, eu não mandava em mais nada, saí do meu conforto, de todo o meu controle, eu não sabia lidar, mas queria muito tudo aquilo. Pedi um anestesia pra conseguir suportar. Decidi.

Antes fui novamente para o banho, contrações fortes, cara### , doía muito, o chuveiro estava queimado, água fria, dor, levei choque ao tentar esquentar, entrei em desespero, doía muito, pedia pro Edu arrumar, mas nada mais adiantava, era dor, era água fria, frio de inverno, choque. Queria sair dali, foram os minutos anteriores à minha ida ao centro cirúrgico.
Era a minha experiência, eu estava vivendo o que eu precisava viver, os meus limites, a minha dor.

Era eu, era sozinha, só eu. Tem uma hora que senti só, e um momento de tanto autoconhecimento e a certeza de que era meu, eu estava só, mas protegida com muito amor. 


Centro cirúrgico


Não estava nos meus planos. O meu plano era fazer o parto todo no quarto, mas também não estava resistente a idéia de ir pra lá, estava aberta as possibilidades, queria me permitir, sentir o momento. E foi assim.
Cheguei no centro cirúrgico, pedia desesperadamente a anestesia, eu agora queria, meus únicos gritos foram lá, estava cansada, foram tantas horas de sentimentos profundos e intensos. Eu queria ver o Theo. Estava entregue. sabia que agora saia do meu domínio, que daquela porta em diante não era mais eu quem comandava a situação.

Mas eu aceitei. Deitei, estava cansada e não encontrava mais posição. Queria receber o Theo.

Senti algo descendo, era a bolsa, saiu a ponta sem estourar, parecia um saco, era estranho, achei que era cabeça do Theo, pedi a anestesia novamente, estava com dilatação total. Tudo pronto.

Talvez não precisasse, mas eu quis, quis muito, e a anestesia chegou.

Sorri, senti um alívio, sentia as contrações mas a dor se foi.



Depois disso foi tudo muito rápido. Mesmo estando no Centro cirúrgico foi tudo muito humano, muito respeito,  o meu médico me falou e perguntou cada detalhe. Mesmo sendo um ambiente mais frio e impessoal me senti acolhida, o Edu, a Talia o tempo todo comigo.

O Nascimento


Senti cada pedacinho do corpinho do Theo vindo, foi lindo, uma alegria. Uma sensação plena, um amor inesgotável.




Consegui. Tinha conseguido o meu VBAC, tive medo de não conseguir muitas vezes,  me senti tão feliz por ter superado isso, parir após a minha cesárea, que me trouxe o meu primeiro amor , sentimento de alegria, gratidão, queria viver aquilo. Cada um da sua forma, com a sua história, dia 1o. de julho e 17 de julho foram os dias mais alegres da minha vida, a chegada dos meus meninos. O amor quando os nossos olhares se cruzaram foi o mesmo, mas eu sabia que eu precisava passar por essa experiência.




Muitas vezes senti por não ter podido pegar o Nino no primeiro momento, amamentado e acalentado ele na hora que ele saiu de mim. Aprendemos muito com o nosso primeiro grande amor, não seria igual.


O Theo veio direto pro meu peito, mamou na hora, é um menino forte, lindo, peguei nele no momento exato que nasceu e senti o amor pulsando na minha mão.



O Du cortou o cordão que pulsou por um tempo ainda ligado ao bebê, como planejamos.
O amor estava nos meus braços, um pedacinho de mim tinha chegado. Foi uma felicidade tão imensa. Ele chegou com 3.835 quilos, aquele corpinho escorregadio,  já me ensinando tanto.

Eram 3:00 da manhã.

Saímos de lá, o Theo não passou por todas as intervenções de rotina, o Edu não deixou como haviamos combinado, fomos para o quarto tão felizes, tão amor, queria dormir, acordar e esperar a chegada do Nino para enfim conhecer seu irmão.


Dormi abraçada. Me sentindo a pessoa mais completa do mundo.  Tudo ficou diferente. Agora somos 4.

De manhã o encontro. Foi lindo ver os irmãos. Amor demais.

Gratidão.










ps. Assim que eu conseguir editar trago um vídeo com um pouco desse dia lindo de sol.