quarta-feira, 25 de setembro de 2013

SOS Amamentação

Hoje o assunto é serio. Estou sumida mergulhada em um estado fusional com o Theo, e quando nao estou acalentando, cuidando e atendendo as necessidades do pititico estou com o Nino.
Ser mae de dois é um dadiva, uma alegria. Amo essa nova fase. Mas acontece que ando um tanto inconsolável, amamentar por mais sagrado, lindo, e essencial que seja, esta tão difícil por aqui.
Cada dia é uma luta, pra tentar entender o que acontece, como solucionar, o que fazer.
Apoio a amamentacao exclusiva ate os 6 meses e o aleitamento prolongado, minha história com o empreendedorismo surgiu inclusive pela opção de amamentar ate os seis esse sem interrupção o Nino, veja aquiaqui e aqui . Mas o que se passa?
Amo amamentar, a troca, o doar, o receber, estar conectado com o meu bebe, é uma sensação maravilhosa e especialmente importante para os pequenos e gratificante pra gente, mas confesso que a minha relação com a amamentacao nunca foi das mais tranqüilas. O Nino amamentou ate os 9 meses e meio e foi sim muito conturbada essa relação, talvez não por parte do meu bebê e sim pela minha cabeça, sempre querendo controlar, mesmo o que vai além.
Cada consulta era uma frustração, os livros que eu lia na época sobre o assunto uma tortura . O fato é que o Nino nao ganhava peso, era magrinho magrinho, e sempre em no máximo 3 minutos ele dormia. E nada, absolutamente nada o acordava. Sabia que a curva de crescimento não devia ser seguida à risca pois não respeita a individualidade, e cada bebe é um bebe, mais o fato é quando é com o MEU filho é diferente, sou mãe, a fornecedora desse fluido e ele é feito de forma perfeita pela natureza para o meu filho,  mas parecia nao "resolver". Persisti. Confiei. E foi ate os 9 meses e meio quando ele nao quis mais, o fato de dormir muito rápido nas mamadas fez com que cada vez meu leite produzisse menos. Aquelas alturas ele tinha muita fome. E assim terminei o aleitamento do Nino.
E o Theo? o Theo nasceu mamando, mamava muito, perdeu bem pouco peso quando saiu da maternidade e ganhou bem no primeiro mês, achei que dessa vez seria uma nova história.
E é.
Mas as duas culminam no pediatra me dizendo novamente que ganhou pouco peso.
Mas é claro, estamos falando de crianças diferentes, outra personalidade, outra situação e um outro momento, um indivíduo único. Ele nao dorme durante a mamada, mama lindamente por 1-2-3 no máximo 5 minutos se tiver de bom humor. Ai começa um berreiro, uma gritaria, um desespero.  É frustrante. Ver meu filho lá sofrendo. São gritos, choro e as vezes consigo fazê lo voltar  pra mamar outras não.
Me prometi que me preocuparia menos com regras, tento levar a maternidade de uma forma mais intuitiva ( sempre aliada a informação).
O peso ainda posso relevar, mas os gritos, me preocupam muito. Inútil me dizer : Relaxe.
Obviamente minha angustia é um prato cheio para todo o tipo de comentário descabido, leite fraco, doença grave, quebrante. O que ja me angustia por si só me irrita profundamente com esse tipo de comentário.
O fato é que aqui é colo o tempo todo, cama compartilhada, sling, livre demanda e me pergunto o que tem de errado.
Sei que solta milhões de puns, arrota muito e sempre tem soluço nas mamadas. Mas  ainda não consigo chegar a nenhuma conclusão. As vezes parece que ele apenas fica nervoso, talvez um reflexo de algo guardado aqui dentro. Mas seguem outras hipóteses.

Hipóteses:
1- Aparelho digestivo. Imaturo. Logo se resolverá #oremos
2- Pouco leite, mas não acredito muito, já que vaza meu leite as vezes, mas é o que o pediatra tenta me convencer (eles sempre colocam a culpa na mulher???!!!)
3- Refluxo oculto
4-Alergia a proteína o leite
5- um bebê sensível apenas
6 - mamou o suficiente pra ele e simplesmente nao quer mais - Dr Gonzalez- pediatra tem textos ótimos sobre o assunto.

Tudo isso inevitavelmente me tira do prumo, me estressa e sei que passa pra ele, ciclo vicioso que se instala e compromete dias especais com o meu pequeno bebe.
Relaxe, curta, tente entender menos, se entregue. Escuto isso aqui dentro. Mas tenho uma imensa dificuldade de abandonar a razão.
Essa necessidade de comunicação, controle da minha parte e explicação são inerentes a minha personalidade e talvez o Theo esteja me dizendo alguma coisa que está aqui muito além da razão. Portanto desafiando a minha natureza controladora, decidi hoje tentar diagnosticar e controlar menos, sentir, escutar meu coração e viver esse tempo maravilhoso que estamos vivendo aqui, e que não volta mais.

Depois conto como foi tudo isso. E se, consegui entender esse momento.

Ah, e quem está nessa fase do pós parto, se puder dar uma pausa para leitura, leia Laura Gutman, se nos permitirmos é bem transformador, muito mais do que váriooos manuais práticos da maternidade que nos dão fórmulas padronizadas de como agirmos ou cuidarmos dos nossos bebês.

8 comentários:

  1. Aconteceu isso comigo também na minha segunda gestação, sendo que o primeiro não tive problema nenhum na amamentação, Kauã hoje com 2 anos e meio e a Valentina com 3 meses, depois de 7 min mamando ela berrava desesperadamente, mas não fui tão persistente quanto você, ao fazer um teste dei a mamadeira e ela continuou a mamar e ficou quieta, então sempre dou peito primeiro e depois complemento com mamadeira.

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  2. Ai Laiz, comecei a ler seu texto e ja foi me dando um desespero. Pra mim amamentar era questão de honra sabe? Me imaginava o tempo todo com o bebê nos braços, pendurado no meu peito, pra cima e pra baixo, até quando ele quisesse. Mas a minha história foi tão diferente da que sonhei... Meu peito machucou demais, e quando digo demais significa que perdi um pedaço do meu mamilo durante a amamentação. Sangrou, fez pus, febre, mastite, tudo que poderia acontecer de ruim. E eu fui no banco de leite, no mastologista, consultei a pediatra e minha obstetra. Em cada lugar escutava uma coisa diferente, e em meio a isso tudo perdi meus instintos. O resultado de tanta dor era uma bebê chorona ao extremo, pequena, com as costelas aparentes e sem ganhar peso como deveria (deveria?). Muita gente me dizia que minha filha estava passando fome, e por isso chorava sem parar, eu esbravejava, ficava irritada, porque ao meu ver, era impossível uma criança que vivia pendurada no peito ter fome. E eu tinha leite, muito leite que esguichava sem estímulo algum. Foi uma confusão, parecia um período escuro, eu não sabia como sair dele. De todas as explicações que recebi, acreditei na do mastologista: Eu tinha leite, mas por causa do implante de silicone, não tinha fluxo. Segundo ele minha filha mamava por um tempo muito longo (cheguei a ficar com ela nos braços 1 hora e 20) e tirava de mim pouco leite, seu desgaste era maior do que a energia recebida. Se isso existe eu não sei, mas lembro que naquela hora foi a coisa mais decente que alguém me disse. Eu aceitei incluir o complemento aos 3 meses, e pra minha surpresa minha pequena não deixou de mamar no peito. Continuava gostando do meu seio, e eu revezava mamadeira e teta. Ela ganhou peso, ficou linda, mas logo o leite, que vinha de um peito só, foi diminuindo. O outro peito, do mamilo perdido, nem gotejava mais. E aí, com muita, mas muita dor no coração, eu desisti. Fiquei arrasada, mas honestamente, vi minha filha mais feliz. Passou a choradeira e tudo começou a correr normalmente. Eu acho que se passar por uma situação como esta mais uma vez vou tentar por mais tempo, deixar de ouvir tanto os outros e me concentrar no que acho correto. Não sei se fiz o certo, tenho algumas dúvidas, mas tenho a certeza de que, naquelas condições, fiz tudo o que podia. Boa sorte pra vocês Laiz! Beijão

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  3. Laiz querida,
    acho que existem algumas coisas importantes no momento. Para começar e muito importante, talvez a tarefa mais difícil: encontrar um pediatra que apóie de VERDADE a amamentação. É bem difícil encontrar!
    A questão que se põe não é trocar de leite e sim entender os motivos pelos quais o leite certo para ele, que é o SEU poderia estar causando algum distúrbio. Penso mesmo na possibilidade de APLV ou refluxo gastro esofágico, causas importantes de irritabilidade e choro forte, até mesmo impacto no ganho de peso. Tudo isso tem solução, e a solução não é fórmula...
    Tenta fazer a dieta APLV por 1 semana empiricamente, e noutra semana medidas anti-refluxo (elevação de cabeceira, evitar manipulação excessiva após alimentação, etc, etc....)
    Vai dar tudo certo!! Força!! Beijao

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  4. Querida!
    Não tenho muitos conselhos, mas como a Fer disse um pediatra que realmente apoie a amamentação é essencial, e tenta as dicas que a Fer deu!
    Boa sorte querida!

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  5. Oi Laiz, ele fica irritado porque você ta insistindo pra ele mamar mais? Não tem problema nenhum mamar 3-5 minutos, se ele ta satisfeito não adianta insistir. Leah era rápida e Kylie também é, as mamadas não duram nem 5 minutos. Às vezes parece que não mamou quase nada e eu ofereço mais, mudo de lado e às vezes ela mama mais um pouco mas quando não quer mais ela logo se irrita se eu ofereço mais. Quanto ao peso eu acho que aí no Brasil se vai demais a pediatra e se apegam demais a números. Se o bebe ta crescendo, ta bem. Não sei o que determina que cada bebê tem crescer tanto em um mês! Se você pode ver que ele ta crescendo então tudo bem. Eu não faço a mínima idéia de quanto Kylie pesa, mas sem duvidas ela ta crescendo. Então não deixa isso tirar teu sossego. Mas se ele começa a chorar de repente enquanto mama, aí a Fernanda já fez um ótimo comentário. ;) Força, aguenta firme e que dê tudo certo! Beijos

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  6. meninas!!!!! Obrigada pelos comentários, estou na luta aqui, tentando desencanar um pouco pra conseguir curtir essa fase tão gostosa.
    Espero que logo as coisas tranquilizem. Obrigada pelas dicas e pela força! bjocasss

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  7. Laiz, encontrei seu blog a pouco e estou mesmo pasma com a quantidade de situações parecidas que vivemos. Sou mãe de um menino lindo (claro!) que está agora com 2 meses. Se chama Henrique.

    Minha visão de maternindade, assim como a Lê, era de amamentar meu bebe até quando ele quisesse. Queria isso pela saúde dele, pela praticidade, pelo amor, etc...

    Assim que o Henrique nasceu, meu leite demorou mais de 1 semana para realmente vir, enquanto isso, o Henrique mamava o que tinha e chorava muito. Ja na maternidade, para que ele se acalmasse, o pediatra receitou um complemento em leite em pó.

    Para mim aquilo era o fim da picada. Tentei resistir, mas não aguentava ve-lo chorando tanto. Então eu sempre oferecia meu seio e depois de um tempo dava o complemento para ele.

    Enquanto estava no seio, ele mamava no máximo 2 minutos antes de ficar mto irritado e começar a choradeira.

    Fiz uma consulta com uma enfermeira especializa em aleitamento materno. Isso me tranquilizou horrores!! Além disso, mudei de pediatra para uma que realmente era a favor da amamentação. Depois de 2 semanas na luta, minha obstetra e a pediatra receitaram remédios para que aumentasse minha produção de leite.

    Bem... fiz tudo o que eu pude, tenho certeza disso. Cheguei no meu limite e no limite do meu bebê. Hoje, aos 2 meses e meio, o Henrique não mama mais no peito.

    Fiquei muito triste com isso, mas consegui aceitar essa condição agora que vejo que ele está mais calmo. Mesmo assim, ainda me pego pensando "Desisti mto cedo, que fraca que sou!".

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    1. Oi Querida, quanta gente acaba passando pelos mesmos problemas que a gente né?! e é consolador saber que não estamos sós! A duras penas consegui manter o leite materno e não dar nadica de outro leite pro Theo, ele esta com 6 meses e meio, se acompanhar os outros posts, vai ver que foi sofrido, não sei como consegui levar, mas deu certo! Da um medo tão grande de errar né?! Mas só o fato de fazermos tudo com amor já faz com que estejamos fazendo o certo. Você não é fraca não, imagino o quanto sofreu pra cada escolha e cada decisão, nós mães sofremos muito. Não se culpe, você fez o melhor! Bjo grandeeee

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Essa é a parte que eu mais gosto!
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