Estava em uma época de crises com o meu trabalho, trabalhar no que gosta, empreender, não ter hora para acabar, mas um momento tão mágico e profundo me fez celebrar minha profissão, agradecer minha escolha e vivenciar algo tão profundo que não restou dúvidas, estou no caminho e só tenho à agradecer por ter encontrado a fotografia como forma de me expressar, de olhar e de crescer.
UM PARTO. Pra quem esperava que fosse o meu, calma, estou de 7 meses ainda.
Um dos momentos mais lindos e fortes dos meus últimos dias, a ponto de me fazer avaliar e reavaliar muitas coisas da minha vida. Tudo é tão mais simples, natural, mais claro agora. Quem acompanha a página do facebook já viu algumas fotos e estava devendo falar sobre o que estava aqui dentro.
Próximo à chegada do Theo, presenciar a vida, vindo da forma como a mãe queria, como deveria ser, uma vida chegando na minha frente da forma mais pura e humanizada. Dor e amor , renascimento e nascimento, respeito e liberdade é o que pude compartilhar com a família que estava recebendo seu bebê.
Sou grata por ter compartilhado esse momento, de tamanha intimidade, introspecção até, extrema importância, vivido por uma amiga, e certamente o que ela viveu mudou sua vida como mudou de alguma forma a minha. Mudou a nossa amizade. Pra mim fortificou algo lindo que começava. Nunca mais será a mesma. E pra sempre essa data, a cena que vivi e fotografei, estará comigo, todo o amor e toda a vida pulsando e chegando aos braços da mãe estarão sempre aqui dentro.
A chegada do pequeno ao mundo com todo o respeito, com um médico comprometido com o desejo da mãe e principalmente com a hora do bebê, uma doula maravilhosa presente dando todo o apoio e amor (aTalia Gevaerd), o pai junto o tempo inteirinho, que deveria acontecer em todos os partos, por direito inclusive ( mas infelizmente não é essa a realidade), foi uma experiência que vai além do que posso explicar.
Foi algo muito forte, muito intenso.
Eu que vivi uma cesariana necessária (há controvérsias sei) e espero parir do meu segundo filho, precisava falar de tudo isso que ficou guardado aqui essas duas semanas de sumiço. O nascimento. A vida.
O respeito à vida começa aí mesmo nesse trecho inicial, no nascimento, na sua via de chegada.
Eu não entendia muitas coisas na gestação do Nino em relação ao parto, e agradeço por ter aprendido mais, despertado para uma gestação mais ativa, me informado, conhecido as pessoas certas, ter iniciado esse blog e especialmente por ter o Nino e o Edu me fazendo crescer e me propiciando momentos de amor que me fazem buscar essas questões que nem eu sabia existir dentro de mim.
Hoje entendo muitas dúvidas que antes não conseguia compreender e o movimento da vida, a chegada desse pequeno fortaleceram tantas coisas e a certeza de que algo mudou.
Bem vindo pequeno e amado Murilo (agora com 2 semanas e meia de vida) e obrigada Patricia e Gustavo por dividir comigo esse momento de tanto amor.
Ps. Nada melhorar que comemorar o dia do seu aniversário falando de nascimento não é mesmo!? Esse ano o aniversário será só nós, família juntinha quem sabe termine o dia vendo um filminho com pipoca?!
segunda-feira, 29 de abril de 2013
Emoção do parto
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segunda-feira, 8 de abril de 2013
Empoderamento feminino
Na busca e na expectativa do meu parto normal para a chegado do Théo, tenho lido muitos textos, aprendido um pouco e me informando sobre o VBAC (vaginal birth after cesarean ) e entre muito trabalho, os cuidados com o Nino, uma casa pra cuidar tenho pensado cada vez mais sobre o assunto , afinal o assunto está aí...quase chegando.
A Talia que escrevia mensalmente para o Roteiro Baby Curitiba passou a escrever para o Dias de Mamis, acho o seu trabalho maravilhoso e engrandecedor para nós. Muitos desses textos me inspiram e me ajudam nessa fase.
Lemos muito sobre empoderar-se, mas afinal o que é isso? O que significa empoderamento feminino?, como saber se eu posso?
Ótimo texto da psicóloga, instrutora de Yoga e doula Talia Gevaerd Souza, que escreve lindamente sobre o assunto.
Mas afinal, o que é esse tal de ‘empoderamento feminino’?
A palavra empoderamento tem
aparecido com freqüência nos escritos e falas de profissionais do parto e de
mulheres vivendo a maternidade. É um termo que vem se popularizando. Mas o que
é isso?
A palavra empoderar vem de
‘poder’. Significa ‘tomar o poder para si’; ‘poder realizar algo’; ‘conduzir
uma situação’; ‘assumir a responsabilidade com propriedade e ocupar – de
verdade – o lugar de protagonismo’.
Sendo assim, a resposta final
está em mim, e não no outro, mesmo que o outro me ajude a decidir o que fazer,
ou me passe informações importantes.
É uma busca por liberdade e
responsabilidade. Por isso, difícil e exigente. Por outro lado, as recompensas
são as melhores.
O empoderamento feminino – que
pode se estender para qualquer área da vida de uma mulher – tem sido muito
citado em relação ao parto e à todo o ciclo da maternidade, porque estamos num
momento muito especial para as mulheres: revertendo a maré.
Em nossa cultura, temos como
mensagem inconsciente que a gravidez e o parto (principalmente o parto!) são
perigosos, e que uma mulher não consegue gestar e parir por conta própria. Ela
precisa de ajuda e orientação, e os sinais e intuições que vem de seu corpo e
de seu cérebro totalmente modificados para receber a nova vida que ela está
gerando, estão errados.
Ouvimos tantas histórias de
fracassos no parto, tais como: Não tive dilatação, meu bebê não desceu, não
agüentei a dor, minha bacia era muito estreita, e por aí afora... Tais
histórias confirmam a mensagem inconsciente de que realmente a mulher não
consegue parir, e que, somente graças ao atendimento recebido, o bebê pode
nascer.
Entramos então na próxima etapa:
o bebê agora está nos braços da mãe, e a mensagem que a mulher capta é: não dê
ouvidos ao que o seu bebê precisa. Ele vai escravizá-la. As pessoas ao redor,
no desejo de ajudar, criticam e tentam impor seu modelo de maternagem à uma
dupla de pessoas que está se conhecendo e que precisa de tempo para se
entender. Informações conflitantes chegam de todos os lados, algumas são
solicitadas, e outras tantas não. A mulher acha que depende de todo este
aparato externo para conseguir ser uma boa mãe.
Uma mulher grávida, ou parindo,
ou com bebezinho no colo, realmente precisa de mais carinho e compreensão,
paciência e mimos, porque toda a sua energia está indo para o bebê. Ela se vê,
em vários momentos, perdida, sem saber como resolver determinada situação. A
ajuda externa, as informações e as dicas podem ser a salvação, muitas vezes.
Ter uma rede de apoio nesta fase é muito importante. Uma mãe que conta com
amparo emocional, cuidados e ajuda consegue se dedicar muito mais para sua
gravidez e seu bebê.
Mas existe uma diferença
fundamental entre oferecer ajuda a alguém acreditando que este alguém é
soberano e pleno em seu contexto, e que esta pessoa tem condições de tomar decisões
de se conduzir, do que encarar este alguém como totalmente dependente de
orientação externa, sem deixar espaço para a pessoa crescer e evoluir por si.
Existe uma diferença enorme entre
ficar esperando que alguém me traga a resposta, porque eu não sei nada, e
receber ajuda que é filtrada pela minha própria percepção e valores. Isto é
empoderamento.
Pensar em empoderamento feminino
no parto traz à tona uma carga cultural e pessoal muito grande. A mulher que
resolve que o parto é dela vai contra tudo, mas a favor de seu corpo e de seu
bebê. Este caminho exige comprometimento, e uma crença verdadeira em si mesma,
confiança em sua capacidade de parir, no trabalho e competência de seu útero, e
na participação ativa de seu bebê. Tudo isso é verdade fisiológica. Quando a
mulher toma consciência dessa verdade, ela consegue se assumir, mesmo que isto
signifique nadar contra a maré. Porque ela sabe o que sente e pensa, ela está
sintonizada com seu bebê e seu corpo, tem as informações sobre o assunto e pode
decidir. Isto é libertador. Mesmo. A mulher se encontra com sua força e sua
sabedoria. Ela passa a ocupar um lugar que é dela de direito, que sempre esteve
lá, esperando para ser ocupado.
A percepção desta verdade é
transformadora, um marco evolutivo pessoal. Passamos a cuidar mais e melhor de
tudo que nos acontece, protegemos mais nossos filhos, aguçamos o senso crítico,
e confiamos mais em nós mesmas.
No mundo todo, mulheres comuns vêm
descobrindo o prazer de parir, e a força feminina inata que possuem. No nosso
lindo Brasil, também! Se você perguntar um pouquinho, logo vai encontrar uma
mãe que teve uma experiência de parto linda – na maternidade, em casa -, alguém
que se informou e descobriu que é dona de sua experiência, e responsável pelo
seu bebê. Alguém que pode inspirar você!
Para finalizar, algumas palavras
de encorajamento, escritas especialmente para as mulheres brasileiras que
buscam um parto ativo e seguro, saudável, livre e feliz, vindas de Janet
Balaskas. Janet é uma lenda viva no mundo do parto natural. Autora de vários
livros, o mais famoso é ‘Parto Ativo’(editora Ground), mãe de 4 filhos nascidos
em casa (o último nascido quando ela tinha 42 anos, e o bebê quase 5kg). Veja o
que ela nos diz:
“Mulheres do Brasil: todo o poder para vocês. O parto está em suas
mãos. Chegou a hora de retomar o poder do parir do sistema médico. Vocês são
parte de uma revolução mundial. A maré está mudando. As mães sabem mais. Vocês
são fortes, são poderosas, e foram feitas para trazer vida nova para o mundo. E
vocês sabem como. Este é o seu direito. Vocês são sábias e lindas. Estarei com
vocês, de coração e alma, nos dias 16 e 17 de junho de 2012.” (Este texto
está na página do Parto Ativo Brasil no Facebook, e foi uma mensagem de Janet
Balaskas para as mulheres brasileiras, quando se preparavam para a Marcha pelo
Parto em Casa, que aconteceu em mais de 30 cidades brasileiras, em junho deste
ano)
Vá lá: ocupe seu espaço! Ele está
te esperando!
Talia Gevaerd de Souza
Psicóloga para gravidez, parto e pós parto
Instrutora de Yoga e
Parto Ativo pré e pós natal
Doula
Diretora Parto Ativo
Brasil
sexta-feira, 5 de abril de 2013
Amor de mãe - lembrando o manifesto
Amor de mãe é uma coisa louca mesmo né?! Estava olhando os posts mais lidos da semana e entre os mais lidos hoje estava uma declaração, uma carta um manifesto de amor pelos 11 meses do Nino. Hoje quase 2 anos depois vejo que cada palavra continua expressa igualzinha no meu coração, não iria mudar, mas eu cheguei a me perguntar algumas vezes se aquele amor profundo, aquilo tudo que eu sentia continuaria sempre igual ou iria se estabilizando (como um amor de homem e mulher), nada , meu amor pelo Nino continua louco, forte e incondicional, um amor inexplicável, eu amo mais, mais e mais a cada dia.
E tenho a certeza que amor, não tem limite, pois sei que esse amor que tenho pelo Nino será duplicado e reservado para o Théo. Ser mãe , com todas as minhas limitações e até mesmo trabalho extra é a melhor coisa do mundo.
Segue o post do Manifesto de amor que fiz para o Nino, ainda no início do blog:Manifesto de amor
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