segunda-feira, 8 de abril de 2013

Empoderamento feminino

Na busca e na expectativa do meu parto normal para a chegado do Théo, tenho lido muitos textos, aprendido um pouco e me informando sobre o VBAC (vaginal birth after cesarean ) e entre muito trabalho, os cuidados com o Nino, uma casa pra cuidar tenho pensado cada vez mais sobre o assunto , afinal o assunto está aí...quase chegando.
A Talia que escrevia mensalmente para o Roteiro Baby Curitiba passou a escrever para o Dias de Mamis, acho o seu trabalho maravilhoso e engrandecedor para nós. Muitos desses textos me inspiram e me ajudam nessa fase. 
Lemos muito sobre empoderar-se, mas afinal o que é isso? O que significa empoderamento feminino?, como saber se eu posso? 
Ótimo texto da psicóloga, instrutora de Yoga e doula Talia Gevaerd Souza, que escreve lindamente sobre o assunto.


Mas afinal, o que é esse tal de ‘empoderamento feminino’?



A palavra empoderamento tem aparecido com freqüência nos escritos e falas de profissionais do parto e de mulheres vivendo a maternidade. É um termo que vem se popularizando. Mas o que é isso?
A palavra empoderar vem de ‘poder’. Significa ‘tomar o poder para si’; ‘poder realizar algo’; ‘conduzir uma situação’; ‘assumir a responsabilidade com propriedade e ocupar – de verdade – o lugar de protagonismo’.
UV Studio Curitiba - Dias de mamis Sendo assim, a resposta final está em mim, e não no outro, mesmo que o outro me ajude a decidir o que fazer, ou me passe informações importantes.
É uma busca por liberdade e responsabilidade. Por isso, difícil e exigente. Por outro lado, as recompensas são as melhores.
O empoderamento feminino – que pode se estender para qualquer área da vida de uma mulher – tem sido muito citado em relação ao parto e à todo o ciclo da maternidade, porque estamos num momento muito especial para as mulheres: revertendo a maré.
Em nossa cultura, temos como mensagem inconsciente que a gravidez e o parto (principalmente o parto!) são perigosos, e que uma mulher não consegue gestar e parir por conta própria. Ela precisa de ajuda e orientação, e os sinais e intuições que vem de seu corpo e de seu cérebro totalmente modificados para receber a nova vida que ela está gerando, estão errados.
Ouvimos tantas histórias de fracassos no parto, tais como: Não tive dilatação, meu bebê não desceu, não agüentei a dor, minha bacia era muito estreita, e por aí afora... Tais histórias confirmam a mensagem inconsciente de que realmente a mulher não consegue parir, e que, somente graças ao atendimento recebido, o bebê pode nascer.
Entramos então na próxima etapa: o bebê agora está nos braços da mãe, e a mensagem que a mulher capta é: não dê ouvidos ao que o seu bebê precisa. Ele vai escravizá-la. As pessoas ao redor, no desejo de ajudar, criticam e tentam impor seu modelo de maternagem à uma dupla de pessoas que está se conhecendo e que precisa de tempo para se entender. Informações conflitantes chegam de todos os lados, algumas são solicitadas, e outras tantas não. A mulher acha que depende de todo este aparato externo para conseguir ser uma boa mãe.
Uma mulher grávida, ou parindo, ou com bebezinho no colo, realmente precisa de mais carinho e compreensão, paciência e mimos, porque toda a sua energia está indo para o bebê. Ela se vê, em vários momentos, perdida, sem saber como resolver determinada situação. A ajuda externa, as informações e as dicas podem ser a salvação, muitas vezes. Ter uma rede de apoio nesta fase é muito importante. Uma mãe que conta com amparo emocional, cuidados e ajuda consegue se dedicar muito mais para sua gravidez e seu bebê.
Mas existe uma diferença fundamental entre oferecer ajuda a alguém acreditando que este alguém é soberano e pleno em seu contexto, e que esta pessoa tem condições de tomar decisões de se conduzir, do que encarar este alguém como totalmente dependente de orientação externa, sem deixar espaço para a pessoa crescer e evoluir por si.
Existe uma diferença enorme entre ficar esperando que alguém me traga a resposta, porque eu não sei nada, e receber ajuda que é filtrada pela minha própria percepção e valores. Isto é empoderamento.
Pensar em empoderamento feminino no parto traz à tona uma carga cultural e pessoal muito grande. A mulher que resolve que o parto é dela vai contra tudo, mas a favor de seu corpo e de seu bebê. Este caminho exige comprometimento, e uma crença verdadeira em si mesma, confiança em sua capacidade de parir, no trabalho e competência de seu útero, e na participação ativa de seu bebê. Tudo isso é verdade fisiológica. Quando a mulher toma consciência dessa verdade, ela consegue se assumir, mesmo que isto signifique nadar contra a maré. Porque ela sabe o que sente e pensa, ela está sintonizada com seu bebê e seu corpo, tem as informações sobre o assunto e pode decidir. Isto é libertador. Mesmo. A mulher se encontra com sua força e sua sabedoria. Ela passa a ocupar um lugar que é dela de direito, que sempre esteve lá, esperando para ser ocupado.
A percepção desta verdade é transformadora, um marco evolutivo pessoal. Passamos a cuidar mais e melhor de tudo que nos acontece, protegemos mais nossos filhos, aguçamos o senso crítico, e confiamos mais em nós mesmas.
No mundo todo, mulheres comuns vêm descobrindo o prazer de parir, e a força feminina inata que possuem. No nosso lindo Brasil, também! Se você perguntar um pouquinho, logo vai encontrar uma mãe que teve uma experiência de parto linda – na maternidade, em casa -, alguém que se informou e descobriu que é dona de sua experiência, e responsável pelo seu bebê. Alguém que pode inspirar você!
Para finalizar, algumas palavras de encorajamento, escritas especialmente para as mulheres brasileiras que buscam um parto ativo e seguro, saudável, livre e feliz, vindas de Janet Balaskas. Janet é uma lenda viva no mundo do parto natural. Autora de vários livros, o mais famoso é ‘Parto Ativo’(editora Ground), mãe de 4 filhos nascidos em casa (o último nascido quando ela tinha 42 anos, e o bebê quase 5kg). Veja o que ela nos diz:


“Mulheres do Brasil: todo o poder para vocês. O parto está em suas mãos. Chegou a hora de retomar o poder do parir do sistema médico. Vocês são parte de uma revolução mundial. A maré está mudando. As mães sabem mais. Vocês são fortes, são poderosas, e foram feitas para trazer vida nova para o mundo. E vocês sabem como. Este é o seu direito. Vocês são sábias e lindas. Estarei com vocês, de coração e alma, nos dias 16 e 17 de junho de 2012.” (Este texto está na página do Parto Ativo Brasil no Facebook, e foi uma mensagem de Janet Balaskas para as mulheres brasileiras, quando se preparavam para a Marcha pelo Parto em Casa, que aconteceu em mais de 30 cidades brasileiras, em junho deste ano)

Vá lá: ocupe seu espaço! Ele está te esperando!

Talia Gevaerd de Souza
Psicóloga  para gravidez, parto e pós parto
Instrutora de Yoga e Parto Ativo pré e pós natal
Doula
Diretora Parto Ativo Brasil

3 comentários:

  1. Nossa, muito bacana, adoro ler e comentar sobre textos assim, sobre a liberdade feminina, sobre o poder da vida.
    Se eu tivesse um outro parto hoje, teria muito mais controle sobre o meu corpo.

    Bjão e boa semana!

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  2. Eu tive as minhas duas filhas de parto normal, bati o pé até o final!! E foi a melhor coisa da minha vida!!! No primeiro tive lguns problemas por falta de experiência com parto normal da equipe médica, mesmo assim quis a segunda de novo de parto normal e foi mágico!!! Uma equipe excelente me apoiou desta vez e foi tudo como eu imaginava!!! Nunca quis ter o parto em casa, mas sempre quis que fosse parto normal, e assim foi. Agradeço à Deus por isso!!! Confie que você vai conseguir!!! Bjo.

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  3. Oi linda Laíz, estou loua para ver o rostinho do teu pequenino!!
    Saudade tua flor! Mil beijõesss
    http://www.antonellaesuaboneca.blogspot.com.br/

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Essa é a parte que eu mais gosto!
Vou responder por aqui. Não esqueça de habilitar a resposta do comentário.