Aqui em Curitiba algumas escolas já estão voltando às suas atividades, a do Nino ainda não, mas com a proximidade dessa nova adaptação algumas mães ficam apreensivas. Eu confesso que estou um pouco preocupada com esse novo início, professora nova e agora com o irmãozinho na barriga é natural um apego e um ciuminho maior. Publiquei um tempo atrás um texto ótimo da pedagoga e amiga Aline Pinto no Roteiro ( ela sempre traz dicas preciosas) e resolvi trazer pra vocês. Pra quem está "sofrendo" com esse início de ano vale muito anotar as dicas.
Por: Aline Pinto
Volta às aulas - Nova Adaptação
Férias é sinônimo de quebra de rotina! É ou não é?
Cinema, colinho de mãe, dormir sem horário certo para acordar (ainda mais no friozinho curitibano, de julho), mais passeios, amiguinhos, brincadeiras, lanchinhos rápidos… quantas novidades, deliciosas, acompanham as férias dos pequenos!
Mas, as férias estão acabando e a preocupação já começa a atrapalhar o sono de algumas famílias. Normal, principalmente, para aqueles familiares que tiveram o privilégio de desfrutar de férias conjuntas e assim, aproveitar para ficar ainda mais juntinhos com as crianças.
Para aqueles familiares que não usufruíram conjuntamente das férias, a maratona está prestes a acabar: um dia com a tia, outro com a madrinha, avó, babá… corre para lá e para cá. Ufa, que canseira!
Férias de julho sempre representam uma quebra na rotina. E nesse aspecto reside o perigo! Atenção: a rotina é muito importante para a criança, pois gera segurança e aprendizagem!
A pausa em julho também é ótima e recomendada para fortalecer vínculos afetivos e oportunizar um maior convívio com os familiares.
Depois, desse convívio intenso a volta à creche é sempre acompanhada de muito “chororô” e insegurança. O que fazer para que os pequenos (e os seus familiares) não sofram “tanto”?
Os familiares podem e devem auxiliar muito as crianças no processo chamado readaptação.
Sim, o seu pequeno precisará se adaptar, novamente, aos horários, ao ambiente, aos professores, coleguinhas e às regras e normas de um espaço coletivo.
Observar algumas dicas, pode ajudar (e muito) com a readaptação. Confira:
1- No mínimo uma semana antes da volta às “aulas”, tente “normalizar” os horários de acordar, das refeições, do soninho da tarde, etc., tudo para garantir uma rotina próxima ao que o pequeno estava acostumado antes das férias;
2- Converse com as crianças, explicando o que vai acontecer. Fale sobre o retorno à creche, sobre rever os professores e os coleguinhas. Mesmo que você acredite que o seu filho não esteja compreendendo, fale, converse muito com ele!
3- Permita que a criança leve, nos primeiros dias, o objeto de apego – fraldinhas, ursinho, chupeta, etc.- para a creche. Tudo o que remete ao lar, seja por lembranças ou até pelo “cheirinho de casa” ajuda a criança a se sentir mais segura. Professores, bem instruídos, sabem disso. Qualquer resistência ou proibição desses objetos deve ser assunto de uma boa conversa com a coordenação/direção da instituição;
4- Nada de despedidas longas e dramáticas na porta da sala! É preciso passar segurança aos pequenos. Lembre-se de que passamos segurança não só com palavras, pois nosso corpo “fala”! De nada adianta, dizer ao seu filho que ele ficará bem, se você estiver derramando rios de lágrimas!
No momento da despedida, de preferência, abaixe-se para ficar no campo visual infantil, fale olhando-o nos olhos que você o ama e que voltará para buscá-lo mais tarde.
5- Nada de mentiras! Como a famosa: “- A mamãe já volta”! As mentiras criam uma falsa expectativa nos pequenos e geram insegurança, o que atrapalha a readaptação.
6- Quem determina o processo de adaptação e readaptação é a instituição. Dessa forma, obedeça rigorosamente, os horários e orientações. Muitas instituições solicitam que os familiares participem desse processo, permanecendo na sala com os pequenos. Participe, sua presença é essencial!
7- Peça auxílio aos pequenos para arrumar a mochila com os pertences deles. Enquanto fazem isso, converse com o seu filho sobre a volta à creche. Lembre-se de passar alegria e motivação a ele!
8- Neste período aconteceu algo diferente? O pequeno apresentou alguma doença ou sintoma diferente? Passou a dormir em outro horário (uma “sonequinha”, no fim da tarde), ficou com os avós e não saía do colo? Todos esses detalhes devem ser informados aos professores para que eles saibam como melhor receber os pequenos.
9- Que tal, criar um álbum de férias com os pequenos? Cole, em folhas encartadas (como papelão), fotos de alguns momentos das férias, uma ida ao parque, uma brincadeira, o colinho da mamãe, etc. vale imagens de tudo o que foi feito nas férias. Perfure as folhas e as una com uma bela fita. Incentive os pequenos a levarem a novidade para a creche para apresentarem aos coleguinhas e professores. Esse será mais um incentivo para um retorno alegre e saudável.
10- Não se culpe, não ceda a chantagens e tenha certeza de que o seu filho perceberá sua postura confiante!
Espero que essas dicas ajudem os pequenos a retornarem a uma rotina alegre e tranquila na creche.
Lembre-se de que cada criança tem o seu ritmo, o seu tempo, e deve ser respeitada na sua singularidade. Choros acontecerão, porém em média em uma semana a dez dias os pequenos estarão tranquilos na nova, melhor dizendo, na velha rotina!