sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Descobrir

 Da saída do hospital para a nossa casa o caminho parecia muito mais longo do que realmente era, saímos do Santa Brígida (onde nasceu o Antônio, Nino meu pequenino) à noite...  eu pedia para o Eduardo ir com calma... A cada movimento do carro eu me preocupava com a cabecinha do pequeno a balançar.
Chegamos em casa e tudo parecia incrivelmente diferente após esses dois dias. Tudo o que eu queria era estar em casa, reconhecer a nosso ambiente que já estava sendo há meses preparado para receber nosso pequeno, reconhecer meu marido (e o pai que ele acabara de se tornar), me reconhecer agora sem meu filho dentro de mim e sim na minha frente, apresentar seu quartinho ao nosso bebê e principalmente CONHECER meu pequeno, meu pequenino que eu só vi ainda tão pouco e que fez descobrir o que é o "famoso amor incondicional". São muitas descobertas, muitas mudanças...
O que uma pessoa que nunca havia segurado um bebê com medo de quebrá-lo poderia fazer agora? Achei que teria muito medo quando esse momento chegasse... Mas ele chegou e realmente o instinto fala mais alto e lá estava eu e ele...e as coisas foram acontecendo naturalmente. Hoje acredito que toda mãe (que deseja isso) saberá o que fazer na hora H. Ou pelo menos dará o seu melhor o que certamente é o melhor para aquele bebê.
No dia seguinte lá estava a minha mãe, preparou uma comida deliciosa, frutas lavadinhas e todo carinho...fui totalmente paparicada e me surpreendi com aquela situação (fazia anos que eu já havia saído de casa e que me virava sozinha em todas as situações, ou nos últimos anos pedia para o Edu). Cheguei até me assustar com tanto paparico... minha mãe queria me ajudar mais... mas eu me acostumei a fazer as coisas de casa sozinha e preferi fazer assim (com a ajuda do Du)...mas só tenho a agradecer o carinho e dedicação que ela me deu... (afinal sou mãe mas sou filha também!!!!!).  
Fiquei uns dias perdida, a gente se olha não se reconhece direito, já não é mais uma mulher grávida, mas também não é uma mulher,digamos,esbelta (kkkk)... A gente sente muitas coisas!!! É TUDO MUITO INTENSO.
Tive muito medo de não ser uma boa mãe ou de acontecer algo com o meu pequeno (até de cair de escada com ele nos braços eu tinha um medo enorme). Sem contar os medos básicos (rsrs). Atire a primeira pedra quem nunca colocou a mão na frente da boca/nariz do seu filho para ver se ele está respirando??  Ainda bem que com o tempo os medos vão passando e você vai percebendo que você consegue.
Algumas mulheres têm depressão pós parto, nesse caso é necessário um acompanhamento médico, mas muitas chegam ter uma tristezinha, ou medo, ou angústia com a nova situação. Existe uma denominação baby blues que é dada para uma melancolia após o parto (algo como uma depressão mais branda) mais comum entre as mulheres (a gravidez e o parto alteram completamente nossos hormônios o que pode ocasionar algumas reações). No meu caso não sei dizer com clareza o que se passou, não me sentia triste, e sim muito feliz ... mas também não queria muitas pessoas por perto,queria ficar sozinha com o Nino, curtir ele, olhar pra ele. Queria estar com o Edu e com o pequeno. Foi algo novo...Sempre adorei estar rodeada de gente.Mas dessa vez queria olhar a minha família que começava agora! A família que eu e o Edu estávamos formando. (Sempre ouvi do meu pai que família era o pai a mãe e os filhos... acho que isso ficava na minha cabeça... e agora estava lá na minha frente... precisava conhecer).
Foram muitas visitas, muitos amigos, amigas, parentes, pessoas que gostamos muito, todos querendo conhecer o rostinho daquele pequeno que morava na minha barriga. Foi muito legal saber o quanto as pessoas gostavam da gente ,mas confesso estava muitoooo ciumenta com o meu filhote (ou será que ainda estou????).
O Antônio sempre dormiu bem, claro, acordava às vezes para mamar, aí tínhamos que trocá-lo, fazer ele arrotar ,eu ficava 15 minutos com ele sentadinho (ele quase nunca arrotava e eu morria de sono em fazer isso, mas agüentava firme, ou deixava essa parte para o Edu) e colocávamos ele para dormir... Fazíamos tudo bem no escurinho (uma luz bem fraquinha) e ele nunca deu trabalho para dormir na madrugada. O Edu sempre me ajudou muito, eu amamentava e quase sempre ele fazia o Antônio arrotar ou trocava a fralda dele. Me surpreendi em ver como ele aprendeu rápido com o Nino!!! Um mês antes o Edu tinha deixado o cachorro da minha mãe fugir (quando ela nos pediu para cuidar) e eu pirei que ele não daria conta de um bebê se não conseguia nem com o cachorro, mas ele se saiu bem melhor com nosso pequenino!!!Ufaaaaaaaaaa!
Toda madrugada quando acordávamos para cuidar do pequeno assistíamos um episódio de Sex And City ... era o nosso passatempo do mês...assistimos todos os episódios de todas as temporadas. Foi bem divertido!
Como não tinha absolutamente nenhuma experiência com bebês...devorava livros, revistas e pesquisava na net, observava o Antônio...além das palestras todas que vi na gravidez e acho que com tudo isso consegui compreender um pouquinho do meu bebê... Li um que gostei bastante que foi o Segredo de Uma encantadora de bebês (muitas coisas apliquei, outras fiz do meu jeito).
A cada dia era uma descoberta. Como cuidar do Nino, como amamentá-lo, como conviver com o Edu e descobrir nós mesmos, agora em mais um novo papel.  E fazer essas descobertas estava sendo MARAVILHOSO!

Um comentário:

  1. Oi Laiz querida, vim aqui nos primeiros posts pra conhecer um pouquinho mais de vc e do Nino... Também tinha muito medo nos primeiros dias e fazia as coisas meio no automático. Nunca tinha cuidado de um bebê antes e assim como você, pesquisava muita coisa na net e lia tudo o que podia, em poucos dias devorei o "Segredo de uma encantadora de bebês" e isso me ajudou a entender um pouquinho mais da cabeça dos bebês.. Não dá pra seguir tudo a risca, mas dá uma boa base para mães de primeira viagem completamente perdidas (meu caso) hehe
    Beijinhos
    Paty

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