Consulta ao oftalmologista, consulta de rotina, marquei com a oftalmo que atendeu o Nino quando ele nasceu, não tinha consulta pra logo (demoraria 3 meses), sei lá o que me impulsionou a agendar com uma outra (instinto de mãe a gente se vê por aqui), consegui na mesma semana.
Fui eu e ele, Nino chegou na sala da doutora entusiasmado, brincou, falou e sentou na cadeira.
Olho direito:
Visão perfeita, falou tudo o que tinha de desenhos, todos, do maior ao menor.
Olho esquerdo.
Franziu a testa. Exclamou:
- Não vejo nada!
- Como assim?
Nino começou a tentar "roubar" na brincadeira, enxergar com o outro olho.
Diagnóstico 3 graus de hipermetropia e uma ambliopia (olho preguiçoso) causada por essa diferença de graus na visão.
E agora?
Ele iria passar a usar óculos e um posteriormente um tampão se necessário.
Chorei, saí passada da consulta.
Como assim? Ele estava com tudo perfeito quando entrei na consulta, nunca se queixou de nada, não se batia, não caia, não reclamava de dor. Nada.
De repente tudo parecia diferente, pensei, vamos fingir que nunca estive aqui e continuar de onde estávamos.
Só que não. Bora fazer o tratamento e torcer pra que seja provisório. Quem sabe.
Fomos comprar um óculos, foram três horas torturantes, com ele reclamando de tudo e de todos, até que se encantou e não tirou mais o pretinho com detalhes vermelho. Demorou uma semana pra chegar e mais uma semana pra ele aceitar que precisava usar.
O mais difícil é que ele não parecia melhorar com o óculos, o que obviamente não o estimulava a usar. Usou 15 dias de óculos, mas eu fazia testes com ele, e mesmo com o óculos ele não enxergava coisas de longe com o olho esquerdo. Resultado: Entrou o tampão.
Ele precisava enxergar direito com o óculos, mas se não forçasse o esquerdo isso nunca aconteceria.
A dra explicou que geralmente o olho bom da conta do recado, e pode-se ficar anos sem perceber esse problema, mas que precisávamos tratar, já que se não fizéssemos ele ficaria com apenas um olho, o outro aos poucos seria anulado.
Explicou que a imagem esta em formação no cérebro até os 6-7 anos e se por ventura fossemos depois dessa fase provavelmente não teria mais como reverter esse problema. Da tristeza passei aos poucos a agradecer por ter descoberto na hora certa. Hora onde podemos ainda corrigir o problema e sua visão ficará normal com um tratamento relativamente simples.
O Nino levou bem o uso do tampão, foi até mais fácil o tampão do que o óculos, tinha medo que ele fosse tirar a todo momento. Eles nos surpreendem demais!
Claro que contextualizamos no início, ele era o nosso pirata! Ganhou da vó uma roupinha de pirata e foi como conseguimos introduzir o tampão na vida dele, depois, tirou de letra. Passou as férias brincando e correndo de tampão.
Duas semanas após o uso do tampão voltamos na oftalmologista, e inacreditavelmente ele enxergava tudo com o óculos, apenas não encarou a fila de desenhos de menor tamanho ( a bem pequenininha), e iremos permanecer mais um mês com ele e ver o que acontece.
Estou super otimista, a melhora foi hiper rápida, logo ele deve tirar o tampão, pelo menos com a frequencia que tem usado, hoje tem usado direto, 3 dias em um olho e 1 no outro. A hipermetropia também tende a regredir e tem muita chance de aos 6-7 anos nem precisar usar óculos, mas tudo ainda são expectativas. Agora é hora de tratar, estimular o uso do óculos, cuidar desse olhinho e continuar escutando os meus instintos, não falha.
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| Theo se diverte puxando o óculos do irmão |
